O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou esta quarta-feira, durante um desfile de protesto pela demissão do Governo, que o executivo "não tem conserto" e que o presidente da República deve dissolver a assembleia.
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"Nesta situação nebulosa, pouco dignificante, de um Governo que não tem conserto, dada esta situação desastrosa, é fundamental, é exigente, que se dissolva a assembleia, que se convoque eleições, que ninguém tenha medo de dar a palavra a povo, porque é onde reside a soberania nacional", disse Jerónimo de Sousa aos jornalistas.
O secretário-geral do PCP falava à imprensa encabeçando uma fila de largas centenas de manifestantes, que, caminhando do Chiado ao Rossio, gritaram palavras de ordem, de bandeiras na mão, exigindo a demissão do Governo.
Para Jerónimo de Sousa, "tendo em conta esta degradação institucional e o espetáculo que este Governo está a dar, o presidente da República só tem uma solução: dissolver a assembleia e convocar eleições antecipadas".
Questionado sobre se entende que Paulo Portas, que, na terça-feira, apresentou a sua demissão do cargo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, deve explicar-se aos portugueses, Jerónimo de Sousa respondeu que o líder do CDS-PP "decidiu ir embora para fugir aos apertos em que estava", mas sublinhou que é preciso esperar para ver "se [afinal] o CDS não quer prosseguir esta política, mesmo sem Paulo Portas".
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu durante um desfile de protesto pela demissão do Governo, que as eleições legislativas e as eleições autárquicas não devem realizar-se na mesma data.
"Tendo em conta que as eleições autárquicas são específicas, não devíamos juntar aquilo que não é de juntar", disse Jerónimo de Sousa aos jornalistas, considerando que, se as duas votações acontecessem na mesma data, "haveria algum prejuízo democrático, em termos de participação e de campanha eleitoral".