<div>Na sessão de abertura das jornadas parlamentares do PCP, esta segunda-feira, em Faro, Jerónimo de Sousa exigiu a Cavaco Silva o "veto puro e simples" do Orçamento do Estado para 2014, por ser "a única solução". </div> <div> </div>
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Na opinião do secretário-geral do PCP, o Orçamento do Estado (OE) "confronta o presidente da República com as suas responsabilidades e o seu compromisso de defesa da Constituição". Por isso, "em coerência com tal compromisso", segundo Jerónimo, o OE "devia ter como única solução o veto puro e simples e a sua devolução à Assembleia da República para o conformar com a Lei Fundamental e os verdadeiros interesses dos portugueses e o país".
Esse veto, exigido pelo secretário-geral do PCP, seria também a forma de "dar resposta ao clamor do protesto e da indignação dos trabalhadores e do povo que percorre o país".
Na intervenção de abertura das jornadas, dedicadas à defesa dos serviços públicos e das funções sociais do Estado, o líder dos comunistas insistiu na crítica ao rumo que está a ser seguido pelo Governo, concluindo ser "uma falácia" dizer, "como dizem os principais responsáveis do Governo, que o pior já passou".
"Falam de milagre económico e de crescimento, mas o seu milagre não se reflete no melhoramento da vida das pessoas, antes pelo contrário, agravam-na", afirmou, indicando outro caminho para esse rumo, que "não é o de aumentar a exploração de quem trabalha", "produzindo mais e distribuir melhor e com mais justiça".
A escolha do Algarve, em tempo de época baixa, para realizar os trabalhos do deputados foi justificada, tanto por Jerónimo de Sousa, que voltou a exigir o fim das portagens da A22, como pelo novo líder parlamentar, João Oliveira, por a região ser "um espelho a realidade do país".
"O Algarve que fica depois do fim do verão é o retrato do país que resta depois de satisfeitos os interesses do detrás da troika. Uma região saqueada de toda a riqueza produzida com retorno imediato, marcada por desequilíbrios económicos, desigualdades sociais e abandono de boa parte das populações", afirmou João Oliveira.
As jornadas parlamentares, que terminam ao princípio da tarde de terça-feira, prosseguem esta segunda-feira, com visitas a vários locais do Algarve.