O deputado do Bloco de Esquerda João Semedo lamentou, esta terça-feira, a morte do eurodeputado Miguel Portas, que considerou um "homem extraordinário", "com uma profunda cultura democrática" e que respeitava a diferença entre as pessoas.
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João Semedo reagia assim à agência Lusa à morte de Miguel Portas, fundador do Bloco de Esquerda, ocorrida esta terça-feira aos 53 anos. Miguel Portas morreu num hospital de Antuérpia, vítima de doença prolongada.
"Foi um grande amigo, um companheiro de muitos e muitos anos, muitas e muitas lutas, com quem eu vivi muito, aprendi muito", disse João Semedo, com a voz visivelmente embargada.
"Um homem extraordinário, um homem de muitos encontros e de muitos reencontros também; o Miguel nunca deixava ninguém para o lado nem para trás", acrescentou, sublinhando tratar-se de uma pessoa com "uma profunda cultura democrática".
"[Profunda cultura democrática] no sentido da polémica, da controvérsia, da discussão, mas também da aproximação, que é o respeito da diferença entre pessoas que não pensam exatamente o mesmo", enfatizou.
Por isso mesmo é que esteve na fundação do Bloco de Esquerda, porque "privilegiava mais os valores da esquerda do que a cultura de pequena seita ou de pequeno grupo", referiu.
João Semedo aludiu ainda ao "grande contributo" que Miguel Portas deu para o "crescimento e desenvolvimento do Bloco", acrescentando pensar que toda a esquerda estará "hoje reconhecida pela forma como o Miguel passou pela vida, ajudando a consolidar os valores da liberdade, da democracia e do socialismo na sociedade portuguesa".
"E nós, os amigos e companheiros do Miguel Portas temos agora esse património que ele deixou para valorizar, para continuar e é isso que iremos fazer, que o Bloco de Esquerda irá fazer", concluiu o deputado do Bloco de Esquerda.