"Lamento é que, havendo voto secreto, com o objectivo de garantir a liberdade dos deputados, funcione, afinal, a disciplina partidária", disse o constitucionalista, proposto pelo PS.
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O constitucionalista Jorge Miranda, nome avançado pelo Partido Socialista para o cargo de Provedor da Justiça, retirou a candidatura ao cargo quando foi imposta "a disciplina partidária", afirmou o próprio catedrático à revista Visão desta semana.
"Retiro, completamente (a candidatura). Estão marcadas novas eleições no Parlamento, para 3 ou para 10 de Julho, e eu não comparecerei. Já transmiti ao Partido Socialista que não estou disposto a ser candidato", afirma Jorge Miranda.
"Lamento é que, havendo voto secreto, com o objectivo de garantir a liberdade dos deputados, funcione, afinal, a disciplina partidária. São estas realidades que enfraquecem a instituição parlamentar. Foi então que decidi não me submeter a uma terceira votação", diz ainda Jorge Miranda.
Jorge Miranda confessa que não esperava que a esta altura ainda não houvesse uma solução para o cargo de Provedor da Justiça: "Confesso que nunca esperei e desagradou-me, sobretudo, uma série de atitudes do PSD. De uma rigidez e arrogância com que eu não contava."
Jorge Miranda não ficou surpreendido com os resultados da primeira votação, porque "todos (os partidos) tinham apresentado candidatos" mas admite ter ficado surpreendido com a segunda votação.