Carvalho da Silva classificou o primeiro-ministro e o ministro das Finanças de "charlatões" por defenderem que o Programa de Estabilidade e Crescimento e o Orçamento do Estado são "um programa para sair da crise".
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"Quando o primeiro-ministro ou o ministro das Finanças dizem que o PEC (Plano de Estabilidade e Crescimento) ou o Orçamento do Estado é um programa para sair da crise, e vangloriam-se de terem destruído 73 mil empregos na administração pública, nós temos de lhes chamar charlatões", disse Carvalho da Silva, perante 700 sindicalistas, na abertura do Plenário Nacional de Sindicatos, que decorreu num hotel em Lisboa.
Para o líder da intersindical, "a crise não é o problema das cotações na bolsa, nem sequer o défice público" mas o "problema do emprego" pelo que pediu outras medidas para ultrapassar o difícil momento que Portugal atravessa, sobretudo "um plano económico para promover o emprego".
Recordando que as habituais manifestações comemorativas do Dia do Trabalhador, a 1 de Maio, estão para breve, Carvalho da Silva apelou à "mobilização dos trabalhadores" para formas de luta que façam o governo mudar a sua estratégia.
"Não há nenhum patrão que não aproveite o exemplo do Estado para precarizar e despedir, este é a questão que diz respeito a todos nós, não é apenas aos trabalhadores da administração", afirmou.
Com a CGTP a fazer 40 anos de existência, Carvalho da Silva afirma que, apesar das diferentes circunstâncias, a luta pelos direitos dos trabalhadores mantém-se actual: "É o problema do horário, é o problema do salário, é o problema da segurança social, é o problema dos direitos dos trabalhadores".
O Plenário Nacional de sindicatos debateu também as greves convocadas para Abril por os sindicatos afectos à CGTP-IN com destaque para as do sector dos transportes e comunicações que, a 27 de Abril, promete parar o país.