O líder do CDS-PP, Paulo Portas, disse este sábado, em Anadia, que grande parte das medidas de austeridade que têm sido apresentadas nos últimos tempos, foram impostas pelo memorando assinado com a troika e não são uma opção do Governo.
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"É preciso ter a noção que grande parte das medidas que são discutidas não constituem uma opção do Governo, nem sequer uma alternativa à disposição do País. Constituem uma obrigação do Estado português que assinou um contrato com aqueles a quem pediu dinheiro emprestado", afirmou.
O líder do CDS-PP lembrou ainda que foi o anterior Governo PS, liderado por José Sócrates, que negociou este memorando.
Por isso, deixou um aviso aos socialistas: "Não vale a pena tentar fazer política com matérias do IRS, ou do IRC, ou do IVA, da Electricidade e do Gás, quando o partido que tenta fazer essa política foi precisamente o partido que nos conduziu à situação em que nos encontramos".
Portas falava em Anadia durante um debate com militantes, no âmbito da 'rentrée' política do seu partido.
Mais de cem pessoas encheram o auditório do Museu do Vinho para ouvir o líder do CDS-PP reafirmar a necessidade do país continuar a cumprir aquilo com que se comprometeu com as instituições internacionais, para "libertar Portugal desta situação e recuperar a liberdade e autonomia".
"Quando um País chega à situação a que Portugal chegou por causa da sua despesa e por causa da sua dívida, obviamente, se assina um contrato e um compromisso com as instituições internacionais não é para hesitar, nem para duvidar, nem para fazer de conta", sustentou.
No distrito de Aveiro, por onde foi eleito deputado na Assembleia da República, Portas notou ainda que passados três meses da acção do novo Governo PSD/CDS-PP, o caso português passou a ser olhado como "único e singular".
"Há três meses era habitual nas instituições internacionais e na imprensa mundial ver Portugal referido imediatamente a seguir à Grécia como se fossem um conjunto. Três meses depois, é mais frequente ver que o caso Português é diferente dos outros", referiu.
O líder do CDS-PP adiantou ainda que o que distingue Portugal da Grécia é "essa atitude de querer cumprir, de saber que temos de fazer reformas e não hesitar e não querer enganar as instituições internacionais".