O secretário-geral do Partido Socialista (PS), António Costa, lamentou, esta sexta-feira, que o Governo não tenha dado ainda a conhecer o caderno de encargos de privatização da TAP, "que é absolutamente essencial divulgar".
Corpo do artigo
António Costa, que falava à saída de um encontro na Confederação dos Agricultores de Portugal, afirmou também que o Estado deve assegurar o interesse público na TAP "para sempre" e não apenas para os próximos dois anos, como consta do caderno de encargos ontem aprovado.
"A TAP é uma empresa estratégica para o país, na qual é fundamental estar salvaguardado o interesse público, não para os próximos dois anos, mas para sempre", disse o secretário-geral do PS, acrescentando que "em caso algum o Estado deve perder uma posição na TAP".
No caderno de encargos que foi ontem aprovado em Conselho de Ministros, o Governo compromete-se a vender 66% da companhia aérea numa primeira fase, estando prevista a alienação do restante capital no prazo de dois anos, o que levará à privatização a 100% da transportadora.
"Isto é um erro para o país, e além da dimensão dos trabalhadores [da companhia aérea], há que ter em conta que há interesses nacionais que têm de ser salvaguardados", sublinhou António Costa, que falava à saída de um encontro com o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal.
O líder socialista defendeu ainda que há "soluções alternativas" que permitem que se faça investimento público na transportadora, para assegurar a necessidade de capitalização da TAP, "que o governo não explorou", e que são permitidas pela Comissão Europeia.