O coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, criticou os anunciados cortes na Educação, Segurança Social e Saúde e considerou uma "vergonha nacional" que a reforma do Estado seja conduzida pelos "técnicos matreiros" da 'troika'.
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"Não aceitamos a vergonha, a humilhação nacional, que é ver esses senhores de fato cinzento e gravata azul do FMI, do Durão Barroso, do Banco Central Europeu, a imporem estes cortes sobre a Saúde, sobre a Educação e sobre a Segurança Social. Pura e simplesmente, não aceitamos esses cortes", disse Francisco Louçã.
O líder bloquista, que falava em Braga, durante uma sessão pública aberta à população, referia-se assim à anunciada reforma do Estado, que, segundo o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, constituirá "uma refundação" do memorando de entendimento com a 'troika'.
Essa reforma, que está a ser trabalhada conjuntamente com técnicos do FMI, visa o corte de quatro mil milhões de euros na despesa pública, dos quais 3,5 mil milhões serão nas áreas da Educação, Saúde e Segurança Social.
"Que estes cortes sejam feitos com esses técnicos matreiros que se juntam aos políticos do Governo para tentarem impor um ataque à Segurança Social, à Saúde e à Educação é uma vergonha que Portugal não pode aceitar, é uma humilhação que Portugal não tem o direito de aceitar", acrescentou Louçã.
Estes cortes, somados "ao aumento do IVA, do IRS, do IVA, dos transportes e da saúde", levam o Bloco de Esquerda a insistir na necessidade da queda do atual Governo.
"Nós não queremos que este Governo continue três anos, não queremos que continue um ano, não queremos que continue um mês, não queremos que este Governo faça o Orçamento. Porque este Orçamento e a política que leva a cabo só nos garante que no próximo ano -- já não falo daqui a três anos - a economia portuguesa estará tão devastada que fica próximo da bancarrota. E a bancarrota é a falência das pessoas", disse ainda.