Os funcionários públicos que esta sexta-feira desfilaram até ao Terreiro do Paço, na baixa de Lisboa, forçaram a passagem junto ao edifício do Ministério das Finanças para gritar os motivos do seu protesto.
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As portas do Ministério das Finanças fecharam a meio da tarde para impedir a tentação de alguns manifestantes da função pública, que estão no Terreiro do Paço, de ocuparem as instalações.
Alguns milhares de trabalhadores afectos à Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, desfilaram ordeiramente pela baixa lisboeta, mas depois recusaram-se a seguir as indicações da polícia para se concentrarem junto ao cais de barcos do Terreiro do Paço.
Quem seguia à cabeça da manifestação gritou ao megafone que o objectivo era desfilar em frente do ministério. A grande parte dos manifestantes optou por se sentar na estrada em frente às entradas da sede do Ministério das Finanças.
Pouco antes de o desfile chegar ao Terreiro do Paço os carros do Ministério já tinham sido retirados da zona de estacionamento interior, acautelando qualquer iniciativa que depois os impedisse de sair.
O desfile entre o Rossio e a Praça do Comércio foi marcado por palavras de ordem como "o FMI não manda aqui" ou "a greve geral é fundamental".
Esta acção de rua realiza-se no âmbito de uma semana de luta da CGTP-Intersindical.
Os manifestantes estão a protestar contra várias medidas que têm sido impostas à função pública, nomeadamente cortes nos salários e nos subsídios de férias e de natal.
"Tendo em conta a mobilização demonstrada pelos trabalhadores e depois dos novos cortes que o Governo vai impor aos funcionários públicos, prevemos ter mais de 6.000 participantes", disse à agência Lusa a coordenadora da Frente Comum Ana Avoila antes da concentração.