O ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares reiterou, este sábado, que "não há espaço para propostas criativas" no Orçamento do Estado, garantindo que o Governo só admitirá medidas que não comprometam o objectivo de 4,5% no défice.
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"O grau de exigência e responsabilidade de apresentação do Orçamento significavam que não existe margem de manobra para muitas outras alternativas", afirmou Miguel Relvas, insistindo que as propostas "têm que ser quantificadas e avaliadas".
Falando aos jornalistas em Celorico de Basto, o ministro negou que o Governo esteja a negociar com o PS o corte nas pensões como forma de compensar o maior partido da oposição pela abstenção na votação do Orçamento do Estado.
O semanário "Expresso" noticia que "PSD e PS negoceiam menos cortes nas pensões", acrescentando que "PM quer compensar Seguro" e revelando que "o segredo é total, mas está em estudo proteger as reformas mais baixas".
"O PS e o seu líder tiveram uma atitude responsável neste Orçamento, mas as atitudes responsáveis não se compensam com posições avulsas", sublinhou Miguel Relvas.
O governante considerou também que "as atitudes responsáveis do PS tiveram a ver com a governação do país", lembrando que foi aquele partido que, no Governo, liderou a negociação com a 'troika' composta pelo Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia, no âmbito da qual se decidiram muitas propostas que agora estão a ser implementadas.
Ainda a propósito das propostas do líder do PS, António José Seguro, o governante disse desconhecê-las. "O Governo não pode avaliar propostas numa atitude muito abstracta", anotou.
"A seguir o caminho da Irlanda"
O ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares disse ainda que Portugal está a seguir "o caminho da Irlanda", apostando na estratégia que já permite àquele país apresentar os primeiros sinais de crescimento. "A Irlanda começa a dar os primeiros passos no crescimento. É esse o caminho que nós queremos fazer", afirmou.
E, lembrando que Portugal há três meses era visto como a Grécia, salientou que actualmente já é olhado pela Europa como estando mais próximo da Irlanda. "Nós estamos hoje próximos da Irlanda, que há dois anos teve uma recessão mais profunda do que nós, seguindo a estratégia que estamos hoje a seguir", lembrou.
Miguel Relvas presidiu, este sábado, à inauguração das obras de regeneração urbana no município social-democrata de Celorico de Basto, realizadas na zona da Quinta do Prado, que implicaram um investimento de dois milhões de euros.