A garantia do Ministério da Saúde mantém-se a mesma: não haverá cortes de meios no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Quando muito, proceder-se-á à “realocação de meios”.
Corpo do artigo
A garantiu foi dada ontem, quinta-feira, pelo secretário de Estado-adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro, na sequência do que já dissera a ministra Ana Jorge. Isto, apesar de o próprio presidente do INEM ter admitido reduções de horários e de funcionamentos, dependentes de aprovação ministerial.
“Poderá haver pequenas realocações de meios”, que “serão sempre pontuais”. Mas isso faz parte da gestão de rotina do instituto”, disse Manuel Pizarro à Lusa.
Recorde-se que, no domingo, a TVI noticiou um plano de contenção de custos que implicava o encerramento dos helicópteros de Lisboa e Porto e de algumas ambulâncias de suporte imediato de vida (SIV), criadas para compensar o fecho de urgências.
O secretário de Estado desmentiu ainda que as equipas de psicólogos que prestam apoio a vítimas e pessoal de socorro possam acabar. “O que pode ocorrer é uma realocação da forma como os psicólogos trabalham no Inem”. Mas sem “diminuição” da participação destes profissionais.
A situação no INEM – que, segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, se mantém caótica (ver caixa) – já motivou um pedido de audiência por parte da Ordem dos Enfermeiros. Um pedido que obteve resposta, com a marcação de uma reunião para o próximo dia 28.
José Gomes, ex-presidente da Associação de Enfermeiros de Emergência Pré-Hospitalar, diz não acreditar em garantias de ninguém. “Como é que o conselho directivo do INEM admite a eventual redução de meios e depois é desmentido pela ministra?”. Uma incongruência que, diz, confere com o que tem vivido o instituto: a promessa era abrir concurso para fixar os enfermeiros das SIV até ao dia 15. Ainda não há qualquer notícia nesse sentido. E o INEM não está a tomar qualquer “medida para colmatar as falhas”.