O ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, disse, esta quarta-feira, que "haverá tempo para falar" acerca dos desenvolvimentos políticos "dos últimos dias", escusando-se a revelar se vai continuar ou não no Governo.
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"Há muito para falar, mas certamente haverá tempo. Prefiro não me pronunciar sobre esse tema", afirmou, quando questionado pelos jornalistas, em Sines, sobre se vai permanecer no executivo.
O ministro Álvaro Santos Pereira recusou, "obviamente", comentar "os desenvolvimentos dos últimos dias" e preferiu apelar à união dos portugueses.
"É fundamental, acima de tudo, neste momento de dificuldade, em momentos de crise, que os portugueses se possam unir e deixar de lado as suas diferenças", argumentou.
O ministro da Economia e do Emprego falava aos jornalistas no final da cerimónia de inauguração da Enferfuel, uma nova fábrica de biocombustíveis da Galp Energia em Sines.
Defendendo que, "acima de tudo, é fundamental" saber "estar na política", Álvaro Santos Pereira manifestou-se orgulhoso no trabalho realizado pelo ministério que lidera.
"Tenho muito orgulho no trabalho que temos feito e não tenho o mínimo de dúvidas de que as reformas económicas que foram feitas foram as maiores, nas últimas décadas", em Portugal, além de terem sido "das maiores, dos últimos anos, na Europa", salientou.
Questionado sobre se tem agenda para os próximos dias, o governante limitou-se a frisar que tem "sempre a agenda preenchida".
Álvaro Santos Pereira afirmou ainda aos jornalistas que será "sempre uma pessoa de concertação, de diálogo, mas, acima de tudo, uma pessoa que acha que é fundamental defender o interesse público".
O Presidente da República, Cavaco Silva, faz hoje uma declaração ao país, às 20.30 horas, depois de, nos últimos dias, ter ouvido o primeiro-ministro, os partidos e parceiros sociais.
As audiências foram realizadas na sequência da crise política aberta com a demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas.
O líder do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou, no sábado, um entendimento político com o CDS-PP liderado por Paulo Portas, proposto para vice-primeiro-ministro com a responsabilidade da coordenação económica, reforma do Estado e ligação à 'troika', que, assim, se mantém no executivo.
A "troika" é composta pelo Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu.