O ministro da Educação não esclareceu, esta sexta-feira, de que forma vai rever a avaliação da carreira docente, adiantando apenas que o vai desburocratizar e que a reforma será apresentada "em breve" aos parceiros neste processo.
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Nuno Crato falava ao Parlamento no segundo dia de apresentação do programa do Governo e aos deputados deixou a garantia de que a avaliação "será uma constante de todo o sistema de ensino".
O ministro disse ainda compreender que a avaliação dos professores "é uma peça indispensável" de todo o sistema.
"Estamos contra uma avaliação burocrática e pouco fiável que perturba as escolas coloca em causa o seu funcionamento regular. A desburocratização da avaliação deve ir ao encontro da exigência e autonomia dos avaliados e dos avaliadores", defendeu o ministro da Educação.
De acordo com Nuno Crato, será apresentado "muito em breve aos professores e seus representantes um modelo de avaliação reformado".
O ministro defendeu a necessidade de "uma avaliação justa, rigorosa e transparente", justificando não haver tempo a perder nesta matéria, mas sem concretizar de que forma o vai fazer.
O ministro da Justiça adiantou que vai ser implementada a prova de acesso à profissão, uma medida "que ajudará a escolher os melhores e os mais bem preparados para ensinar".
Nuno Crato fez questão de sublinhar que as medidas necessárias a implementar não dependem apenas de dinheiro, lembrando mesmo que o dinheiro não é infinito.
Para o ministro, o rigor nas escolas não depende só de dinheiro, mas de medidas como a reformulação dos programas e dos currículos.
Defendeu mesmo que se não houver exigência nas escolas, serão "os filhos dos mais ricos, que têm hipóteses alternativas, que acabam por progredir, em detrimento dos mais pobres".
Confrontado com as questões dos deputados, Nuno Crato acabou por não acrescentar muito mais ao que já havia dito na sua intervenção inicial. A deputada do Bloco de Esquerda Rita Calvário perguntou concretamente sobre a avaliação dos professores e se era expectável que milhares de professores contratados ficassem no desemprego, mas o ministro da Educação não deu nenhuma resposta.
Nuno Crato disse não saber para quando estará em funcionamento o novo organismo que será independente da tutela e será responsável pelos exames nacionais, mas garantiu que tal será "o mais breve possível", como disse ser o desejo do Governo.
"Queremos uma entidade que tenha estabilidade, que tenha rigor nas suas provas e que responda a como que um caderno de encargos que a República a mandata para realizar", explicou.
Respondendo directamente a uma questão da deputada do BE, que perguntou a Nuno Crato se ele quereria implodir com o Ministério da Educação, referindo-se a declarações anteriores de Nuno Crato, o ministro da Educação disse que o ministério da Educação é "uma máquina gigantesca, que em muitos aspectos se sente dona da educação", algo que quer contrariar.
"Eu quero acabar com isso", rematou.