"Muito difícil" que estudantes portugueses de medicina na Europa completem curso em Portugal
A ministra da Saúde que "é muito difícil" que os mais de mil estudantes portugueses de medicina espalhados pela Europa possam completar o último ano do curso em Portugal, estando outras hipóteses em aberto.
Corpo do artigo
Há um ano, Ana Jorge disse que a integração, nas universidades nacionais, dos alunos portugueses de Medicina no estrangeiro estava a ser analisada pelos Ministérios da Saúde e do Ensino Superior e que o regresso dos alunos no final dos cursos não colocaria qualquer problema, porque "quem faz o curso nas universidades europeias tem o reconhecimento em Portugal".
Em declarações à agência Lusa, a ministra referiu que "havia a possibilidade de, no último ano, poder ser feito em Portugal, essa foi uma hipótese colocada em cima da mesa".
Mas, reconheceu, "é muito difícil esta concretização, nomeadamente porque o programa de curso feito nas diferentes universidades não é de todo coincidente".
Segundo explicou, "em Portugal o último ano é um ano de estágio integrado".
"E o último ano dos outros cursos não é. Têm cadeiras ainda essenciais para o curso de medicina. Portanto, não foi encontrada ainda a solução ideal para poder haver essa concretização", justificou.
No entanto, a ministra adiantou que "há neste momento em cima da mesa uma outra hipótese com melhor probabilidade".
"Há sempre algumas vagas em todos os anos para quem está fora poder concorrer e voltar. Isso sempre existiu. Houve a possibilidade de abrir mais vagas, para poder possibilitar mais a vinda", disse.
A ministra garantiu que "essa hipótese está a ser trabalhada".
O II Encontro da Associação de Estudantes de Medicina no Estrangeiro (ANEME) realiza-se hoje em Lisboa.
A ANEME pediu em Abril ao Presidente da República para que se interessasse pela situação dos mais de mil alunos espalhados pela Europa e que interferisse na criação de condições para o seu regresso.