O PCP afirmou, esta quarta-feira, que "não pode haver nem aceitação nem compreensão" para os "aumentos generalizados" da eletricidade, gás e telecomunicações e no acesso à saúde e aos transportes públicos, que "constituem um saque ao povo português".
Corpo do artigo
"Se considerarmos a redução de rencimentos em 2012 e 2013 e os aumentos de preços nestes dois anos, podemos concluir que em média uma família portuguesa já gasta em habitação e transportes cerca de 50% do orçamento familiar", advertiu Jorge Pires, da Comissão Política do PCP, numa conferência de imprensa na sede do partido.
Na sua intervenção, o dirigente comunista deixou duras críticas ao secretário de Estado da Saúde por "apelar aos portugueses para que recorram menos aos serviços", considerando estas declarações "um ato criminoso de quem quer a compreensão para novos cortes no Serviço Nacional de Saúde e mais custos".
Jorge Pires afirmou que neste setor há "dificuldades de acesso de um número crescente de portugueses, comprovadamente devido aos custos das taxas moderadoras e da política de racionamento de cuidados".
O comunista considerou que a política energética e de telecomunicações está "completamente subordinada aos interesses dos grupos monopolistas" e advertiu que "a cessação de tarifas reguladas para todos os consumidores de eletricidade e gás natural não vai trazer a prometida livre concorrência, mas a mais pura e dura cartelização de preços".
"Os mais de mil e cem milhões de euros de recursos públicos que o Governo anunciou que irá meter no Banif confirmam que cada euro que está a ser roubado aos trabalhadores e ao povo só tem um destino, os bolsos dos banqueiros e demais capitalistas que se julgam donos do país", defendeu.
Já nos transportes, o membro da Comissão Política do PCP assinalou que "entre dezembro de 2010 e fevereiro de 2012" houve um "aumento real entre 25% e 140%", criticando o Governo por decidir "um novo aumento que em alguns casos chega a atingir os 20,7%".
"Não pode haver nem aceitação nem compreensão para estes aumentos que constituem um saque ao povo português", afirmou, sublinhando a "determinação" do partido em "tudo fazer para derrotar esta política e este Governo o mais depressa possível".
Segundo Jorge Pires, "por mais veementes que sejam os apelos à caridade, a solução para tirar o país do rumo de desastre económico e social não passa por aí", mas pela "rejeição do pacto de agressão e pela exigência de uma política patriótica e de esquerda".