O presidente da Optimus afirmou esta terça-feira no Parlamento que a sua empresa regista todas as operações, sabendo em detalhe quem entra e sai em determinadas instalações, redes ou acede a aplicações.
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Miguel Almeida falava na Comissão de Assuntos Constitucionais, numa audição destinada a apurar como foi possível aceder-se de forma ilegal a registo telefónicos do jornalista Nuno Simas, no ano passado, quando integrava os quadros do jornal "Público".
"Do ponto de vista preventivo, temos uma política robusta de segurança de informação. Digo também que todos os acessos às instalações, à rede ou às aplicações são sempre objecto de registo. Portanto, em cada momento, sabemos exactamente quem entrou nas instalações e quem saiu, quem entrou na rede e quem saiu e quem entrou numa determinada aplicação e saiu", assegurou o presidente da Optimus perante os deputados.
De acordo com o presidente desta empresa de telecomunicações, a Optimus tem registo "de todas as operações que são efectuadas por um determinado utilizador, numa determinada aplicação".
"Qualquer aplicação, seja ela mera consulta ou uma operação que altere dados contratuais do cliente, todas as operações são registadas em detalhe", acentuou.
Na audição, o presidente da Optimus considerou a Comissão Nacional de Protecção de Dados "um aliado" da sua empresa em processos de violação de confidencialidade de dados de clientes e frisou que a auditoria interna independente não evidenciou qualquer falha de segurança por parte da Optimus.
Perante os deputados, o presidente da Optimus procurou também afastar qualquer ideia de que funcionários desta empresa possa aceder ao conteúdo das comunicações dos seus clientes.
"Na Optimus, seja a quem for, não é tecnicamente possível ter acesso aos conteúdos das comunicações, porque nós só fazemos a activação das intercepções. Esse papel de ter acesso a comunicações, eventualmente gravá-las, está restrito à Polícia Judiciária", declarou.