<p>O primeiro-ministro não terá que responder a mais perguntas dos deputados da comissão parlamentar de inquérito à actuação do Governo na compra da TVI.</p> <p> </p>
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Na reunião desta manhã, quarta-feira, que durou apenas alguns minutos, todos deputados dos partidos representados na comissão anunciaram que não pretendem enviar novo questionário a José Sócrates.
O deputado do PSD Pacheco Pereira reiterou a posição assumida na semana passada, segundo a qual os trabalhos da comissão ficaram prejudicados "a partir do momento em que a comissão não trabalha com todos os elementos enviados".
O deputado referia-se à proibição do uso dos elementos recolhidos nos resumos de escutas enviados à comissão pela comarca do Baixo Vouga, relativos a conversas do ex-assessor da PT Paulo Penedos e do quadro do BCP Armando Vara.
João Oliveira, do PCP, declarou que fazer mais perguntas "seria um exercício inútil" dada a "falta selectiva de memória do primeiro-ministro" verificada nas respostas às 74 perguntas enviadas.
João Oliveira destacou que a "falta selectiva de memória" verifica-se "particularmente em relação aos contactos com Rui Pedro Soares", ex-administrador da PT a quem são apontadas ligações próximas ao Governo e ao primeiro-ministro.
Uma conclusão já pode ser tirada, defendeu: "Dos dados obtidos e das audições [realizadas] há uma possibilidade de o relatório ser conclusivo em relação à falta de credibilidade de algumas informações que foram dadas".
O deputado do BE, João Semedo, disse à saída da comissão de inquérito que "os esclarecimentos do primeiro-ministro são suficientes naquilo que esclarecem".
"Naquilo que não esclarecem tiraremos conclusões", afirmou.
Cecília Meireles, do CDS-PP, admitiu que "há questões que ficaram pendentes mas que têm a ver com o facto de o primeiro-ministro ter decidido responder por escrito".
"A partir do momento em que toma esta decisão de responder por escrito", fazer mais perguntas também por escrito seria "prolongar indefinidamente a comissão sem um efeito real de esclarecimento".
Questionado sobre o eventual envio das conclusões para o Ministério Público, o relator da comissão referiu que essa é sempre uma possibilidade prevista na lei.
"A comissão terá que avaliar. As conclusões políticas dizem respeito ao Parlamento. Se a comissão considerar que no material que foi recolhido existem elementos que devam chegar ao conhecimento da Justiça, essa é uma decisão natural", disse João Semedo.
A apresentação do relatório para discussão na comissão ficou marcada para dia 11 de Junho. Até essa data, não estão previstas outras reuniões da comissão de inquérito.
* Com Agência Lusa