Passos dramatiza consequências de crise política provocada por "preferências" para ministro

Pedro Passos Coelho falava em conferência de imprensa, após ter participado na conferência europeia sobre emprego em Berlim
Barbara Sax/AFP
O primeiro-ministro advertiu, esta quarta-feira, que os portugueses não compreenderiam que "meras" divergências em torno de "preferências" sobre nomes de ministros abrissem uma crise política, impedindo o país de cumprir o programa de assistências financeira.
Pedro Passos Coelho falava em conferência de imprensa, após ter participado na conferência europeia sobre emprego em Berlim.
Interrogado sobre a atual situação interna do seu executivo, o primeiro-ministro defendeu a tese de que "os portugueses não perceberiam que, por meras preferências quanto a nomes para pastas do Governo, se colocasse em risco tudo aquilo que foi feito ao longo dos últimos dois anos e, sobretudo, que se pusesse em risco a possibilidade de fechar o Programa de Assistência Económica e Financeira".
Depois desta alusão indireta ao facto de o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, também presidente do CDS, ter contestado a nomeação de Maria Luís Albuquerque para substituir Vítor Gaspar na pasta das Finanças, Passos Coelho deixou uma nota de esperança na resolução das questões internas dentro do seu Governo.
"Face a estas circunstâncias, não posso deixar de expressar a minha convicção de que será possível encontrar dentro da coligação [PSD/CDS] as condições que são necessárias para garantir a estabilidade", disse.
Neste ponto, o primeiro-ministro dramatizou uma eventual crise política e declarou não acreditar que o país "esteja interessado em saber qual é o resto do filme" por não ter havido uma solução rápida para o atual impasse político.
"Ao contrário do que alguns dizem, temos vindo a obter uma posição favorável junto dos mercados financeiros - posição que está bem atestada pelo facto de as nossas taxas de juro estarem a subir fortemente em contraciclo com os de outros países da periferia, o que significa que os mercados estão claramente a penalizar Portugal por esta incerteza. Julgo que está nas nossas mãos resolver o problema desta incerteza", insistiu Passos Coelho.
