Passos dramatiza consequências de crise política provocada por "preferências" para ministro
O primeiro-ministro advertiu, esta quarta-feira, que os portugueses não compreenderiam que "meras" divergências em torno de "preferências" sobre nomes de ministros abrissem uma crise política, impedindo o país de cumprir o programa de assistências financeira.
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Pedro Passos Coelho falava em conferência de imprensa, após ter participado na conferência europeia sobre emprego em Berlim.
Interrogado sobre a atual situação interna do seu executivo, o primeiro-ministro defendeu a tese de que "os portugueses não perceberiam que, por meras preferências quanto a nomes para pastas do Governo, se colocasse em risco tudo aquilo que foi feito ao longo dos últimos dois anos e, sobretudo, que se pusesse em risco a possibilidade de fechar o Programa de Assistência Económica e Financeira".
Depois desta alusão indireta ao facto de o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, também presidente do CDS, ter contestado a nomeação de Maria Luís Albuquerque para substituir Vítor Gaspar na pasta das Finanças, Passos Coelho deixou uma nota de esperança na resolução das questões internas dentro do seu Governo.
"Face a estas circunstâncias, não posso deixar de expressar a minha convicção de que será possível encontrar dentro da coligação [PSD/CDS] as condições que são necessárias para garantir a estabilidade", disse.
Neste ponto, o primeiro-ministro dramatizou uma eventual crise política e declarou não acreditar que o país "esteja interessado em saber qual é o resto do filme" por não ter havido uma solução rápida para o atual impasse político.
"Ao contrário do que alguns dizem, temos vindo a obter uma posição favorável junto dos mercados financeiros - posição que está bem atestada pelo facto de as nossas taxas de juro estarem a subir fortemente em contraciclo com os de outros países da periferia, o que significa que os mercados estão claramente a penalizar Portugal por esta incerteza. Julgo que está nas nossas mãos resolver o problema desta incerteza", insistiu Passos Coelho.