O primeiro-ministro reafirmou esta segunda-feira, em Sines, que as previsões do Governo apontam para uma taxa de crescimento de 1,5% em 2015, mas garantiu que serão aproveitadas eventuais perspetivas mais favoráveis da economia internacional.
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"As previsões que temos foram feitas num contexto um pouco diferente daquele que estamos a viver em termos internacionais, mas não deixaremos de aproveitar as oportunidades, mesmo que temporárias, que nos dão perspetivas melhores do que aquelas que estavam inicialmente previstas", disse Pedro Passos Coelho.
"O mais importante aqui não é saber se vamos crescer mais ou menos umas décimas. Se crescermos mais umas décimas, tanto melhor, mas o importante é a trajetória de logo prazo", acrescentou Pedro Passos Coelho, durante uma visita para assinalar um investimento de 40 milhões de euros no lançamento de uma nova fase de expansão do Terminal XXI, no porto em Sines.
O primeiro-ministro lembrou que o país passou por um ajustamento da economia que teve um "custo social elevado" e que não se deve desviar dessa trajetória, colocando em causa os sacrifícios que foram feitos.
O Presidente da República afirmou hoje que a taxa de crescimento da economia portuguesa em 2015 poderá ser de 2% devido à quebra do preço do petróleo e à depreciação do euro.
"Em 2014, o crescimento económico foi de 0,9 %, sendo que a previsão para 2015 é de 1,5 %. Contudo, a recente quebra do preço do petróleo e a depreciação do euro poderão conduzir a uma revisão em alta da taxa de crescimento para 2015, para valores em torno de 2%", disse Aníbal Cavaco Silva, em Paris, perante o conselho da OCDE.
Confrontado com a alegada preocupação do Fundo Monetário Internacional com a alegada quebra de ímpeto reformista do governo português, Passos Coelho garantiu que não tem razões para temer a avaliação daquele organismo e reafirmou, também, a convicção de que o País atingirá os objetivos orçamentais em 2015 e que "sairá do procedimento por défice excessivo, ficando claramente com um défice abaixo dos 3%".
"Em segundo lugar, mantemos a nossa expectativa de ter em Portugal um excedente externo mais ou menos em linha com o que estava programado, apesar de o mês de janeiro não ter sido um mês tão bom como desejaria", declarou, assegurando, no entanto, que a situação está a ser corrigida.
Em terceiro lugar, "o perfil mais competitivo, mais global, da economia portuguesa, continua a evidenciar bons resultados, portanto, o que temos é de prosseguir este caminho", acrescentou.
"É o único caminho que nos permitirá continuar a baixar o desemprego, aumentar as oportunidades de emprego sustentável e ter uma recuperação da economia mais forte, que nos permita, reduzindo o défice, ao mesmo tempo, com prudência, reduzir também a nossa dívida e ter custos de financiamento mais favoráveis para a economia portuguesa", disse o primeiro-ministro.
Confrontado com as notícias sobre as preocupações do FMI (Fundo Monetário Internacional) sobre a alegada quebra do ímpeto reformista do Governo, o primeiro-ministro garantiu que não teme a avaliação daquele organismo.