
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu, esta quarta-feira, durante um debate sobre o quadro financeiro plurianual da União Europeia para o período 2014-2020, que a reforma do Estado deve ter um "enquadramento financeiro europeu".
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Pedro Passos Coelho assumiu esta posição na Assembleia da República, na abertura do debate de preparação do Conselho Europeu extraordinário de quinta e sexta-feira, que vai discutir o próximo quadro financeiro plurianual da União Europeia.
"Afirmaremos sem ambiguidades que a reforma do Estado constitui uma peça fundamental na modernização dos nossos países e que também requer enquadramento financeiro europeu", declarou o primeiro-ministro.
O Governo anunciou recentemente que pretende realizar uma reforma do Estado que permita reduzir estruturalmente a despesa pública em 4 mil milhões de euros até 2014 e conter o nível de impostos, através de medidas a indicar até ao sétimo exame regular do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal, em fevereiro.
No seu discurso de hoje sobre o quadro financeiro europeu para 2014-2020, Pedro Passos Coelho criticou a proposta apresentada pelo presidente do Conselho Europeu e prometeu reclamar o apoio da União Europeia ao crescimento, à competitividade e ao emprego.
"Deixaremos muito claro que os próximos sete anos devem contar com orçamentos comunitários que apostem devidamente no crescimento apoiado na inovação e na investigação, na educação e na formação avançada em todos os Estados-membros sem exceção. Deixaremos muito claro que precisamos de um orçamento europeu que reforce a competitividade dos países que estão precisamente a fazer um grande esforço para recuperá-la", afirmou.
"Deixaremos muito claro que a crise europeia de desemprego exige uma resposta articulada de políticas ativas e inteligentes de emprego e de formação profissional, sobretudo dirigidas para a população jovem e para os desempregados de longa-duração", acrescentou.
Passos Coelho apontou a convergência entre regiões e entre Estados-membros como "um ideal e uma necessidade europeia" que se tornou "ainda mais central" com a atual crise.
"Recordaremos todos os nossos parceiros que não podemos desapontar os nossos jovens, os nossos agricultores, os nossos investigadores, os nossos desempregados, as nossas regiões, as nossas pequenas e médias empresas, os cidadãos, nossos e europeus", reforçou.
O primeiro-ministro expressou a ambição de que Portugal consiga finalmente uma convergência "estável, irreversível" com os seus parceiros europeus e de que "a União saia desta crise mais unida, mais coesa, mais forte e mais justa".
