"A coligação é para manter, mas quem ganhou as eleições foi o PSD". É esta frase de Passos Coelho que melhor resume a reunião do conselho nacional do PSD, este sábado, em Lisboa, cujo grande objetivo acabou por ser o de tentar esvaziar a crise política que nas últimas semanas tem vindo a ameaçar o governo PSD-CDS.
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Passos Coelho responde assim a Paulo Portas, que, esta sexta-feira, declarou que o "governo é um só", mas "a coligação tem dois partidos".
O conselho nacional social-democrata está empenhado em querer colocar um ponto final na grande tensão que abalou o governo, depois de Portas já ter também reiterado que o CDS vai votar a favor do Orçamento de Estado para 2013.
À saída da reunião o primeiro-ministro garantiu que a coligação está coesa e que "não existe nenhum desentendimento" entre o PSD e o CDS:
Ao que o JN apurou, Passos falou durante cerca de 45 minutos e tentou explicar ao seu conselho nacional que o orçamento que o governo apresentou na semana passada, e que tem sido alvo de um coro de críticas vindas de quase todos os setores socioeconómicos portugueses, era não só necessário, como também a única alternativa para o país.
A reunião decorreu sem grandes incidentes, apesar de se terem ouvido avisos quanto à necessidade de se pensar na estratégia para as eleições autárquicas de 2013, certamente ecos da derrota do PSD nas regionais dos Açores , que tem sido atribuída também à contestação, a nível nacional, que o PSD tem sofrido.
À margem da reunião, Luís Montenegro, líder da bancada parlamentar laranja, afirmou que o partido está "motivado para devolver a soberania financeira a Portugal".
Paul Rangel deixou no entanto um recado ao CDS. O deputado europeu do PSD diz ser "normal" que haja divergências na coligação, mas lembra também que o CDS-PP "devia resolver as questões mais rapidamente".