O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, não quis, esta quarta-feira, antecipar qualquer decisão do Tribunal Constitucional sobre o Orçamento do Estado para 2013, mas sublinhou que todos têm "responsabilidade" na forma como lidam com atual "tempo histórico".
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Pedro Passos Coelho falava numa conferência de imprensa conjunta, no âmbito da visita oficial de dois dias a Portugal do primeiro-ministro sueco, Fredrik Reinfeldt, tendo sido questionado pelos jornalistas sobre um possível chumbo do Tribunal Constitucional ao OE2013, decisão que o primeiro-ministro não quis "antecipar", aguardando pelo acórdão.
"Vivemos tempos que são tempos históricos e todos temos responsabilidade na forma como lidamos com este tempo histórico", disse Passos Coelho.
"Tem o Governo [responsabilidade], que não se pode distrair com aspetos menores, deve focar-se no sucesso do programa de ajustamento que está a realizar; as instituições democráticas, todas, além do poder executivo; o Parlamento que tem que ter responsabilidade; o Tribunal Constitucional que tem também que ter responsabilidade nas decisões que vier a tomar e no impacto que elas possam ter no país", observou.
Questionado sobre o facto de vozes do CDS-PP pedirem a remodelação do Governo, o primeiro-ministro foi perentório: "Essa é, como sabem, uma reserva do primeiro-ministro e o primeiro-ministro nunca poderá, ou nunca deverá, fazer considerações públicas sobre quaisquer intenções que tenha ou não tenha em matéria de remodelação, portanto é a pergunta que nunca tem resposta".
Sobre a moção de censura do PS - que, quinta-feira, será entregue e dia 3 de abril será discutida no Parlamento - Passos Coelho não quis "acrescentar mais do que já" tinha referido.
"Estarei na discussão da moção de censura na próxima semana. É uma matéria que, em instituições democráticas, não deve ter qualquer surpresa. Marca uma posição do PS relativamente ao Governo e iremos discutir essa moção de censura no Parlamento", disse apenas.
Sobre a entrevista desta quarta-feira à RTP do seu antecessor, José Sócrates, a resposta foi direta: "Fez-me também uma pergunta sobre televisão. Não vou responder. Não leve a mal, por mais curiosidade que possa suscitar esta ou outra entrevista, não vou fazer qualquer comentário acerca da questão que me pôs".