Paulo Portas, disse este sábado que "aceita discutir" o testamento vital, aprovado no Parlamento com o voto contra do CDS-PP, desde que seja assegurado rigor técnico.
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"Nós somos contra a eutanásia porque respeitamos a vida humana. Somos contra o encarniçamento terapêutico porque isso significa o uso desproporcionado da medicina em situações de sofrimento. (...) E aceito discutir o testamento vital desde que ele tenha rigor técnico, cuidado jurídico, humanidade e não seja feito à pressa", afirmou.
O líder do CDS-PP falava aos jornalistas no final de uma visita à unidade de cuidados paliativos do Hospital da Luz, Lisboa, dirigida pela médica Isabel Neto, presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos.
O chamado "testamento vital", aprovado quinta-feira na Assembleia da República com os votos contra do CDS-PP e do PSD, consagra a "declaração antecipada de vontade" que permite que os doentes deixem por escrito que tratamentos querem ou não receber para o caso de não estarem em condições de o fazer quando a questão se colocar.
Por seu lado, Isabel Neto, considerou que o diploma "emoldura as boas práticas médicas" no que respeita à relação médico/doente, mas alertou que "há aspectos que têm que ser corrigidos".
"Nós não sabemos, do ponto de vista prático, como é que se vai formular o testamento vital", disse, considerando ainda que a discussão tenha sido feita "de forma precipitada".