O líder do CDS-PP, Paulo Portas, disse este sábado em Anadia que a política de austeridade que está a ser aplicada em Portugal deve abranger as regiões autónomas, referindo-se ao caso da Região Autónoma da Madeira relativamente à omissão da dívida.
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"Portugal é uma só nação. Não pode haver uma política geral para o país, que é de austeridade, e depois uma região autónoma que acha que pode ter uma política completamente diferente", afirmou Portas.
O líder do CDS-PP, que falava durante um debate com militantes em Anadia, no âmbito da 'rentrée' política do partido, disse ainda que Portugal e a Madeira não precisam deste tipo de publicidade e defendeu a mudança de governo na região autónoma.
"Se foi preciso mudar a Governo da República por causa da dívida, também se deve mudar o governo da região por causa da dívida", disse.
O Instituto Nacional de Estatística e o Banco de Portugal divulgaram na sexta-feira de manhã um comunicado no qual dão conta de encargos financeiros assumidos pela Madeira que não foram nem pagos nem reportados.
Considerando a prática "grave", as duas autoridades nacionais afirmam que esta "omissão" vai obrigar à revisão dos défices de 2008 a 2010, para incluir no défice orçamental português 1.113,3 milhões de euros só nestes três anos, a maior parte (915,3 milhões de euros) a incluir em 2010 - o impacto estimado no défice de 2008 é de 139,7 milhões de euros (0,08 por cento do PIB), em 2009 é de 58,3 milhões de euros (0,03 por cento) e em 2010 é de 915,3 milhões de euros (0,53 por cento).
O primeiro-ministro afirmou, na sexta-feira à tarde, em Paris, que os factos agora conhecidos configuram "uma irregularidade grave", afirmando que o executivo já está a elaborar legislação para que tal não se repita.