Portugal vai voltar à Somália para ajudar a formar forças de segurança somalis
O ministro da Defesa Nacional, Augusto Santos Silva, anunciou hoje, sábado, que Portugal vai voltar a participar numa missão na Somália, desta vez no âmbito da União Europeia, com o objectivo de formar forças de segurança somalis.
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"Portugal vai empenhar uma nova força especial destacada, numa nova missão que está a ser preparada no quadro da União Europeia, que é a European Union Training Mission (EUTM), cujo objectivo essencial é ajudar à edificação de capacidades das forças somalis", revelou Santos Silva, em declarações aos jornalistas, no final de uma visita a bordo da fragata "Álvares Cabral".
O ministro da Defesa Nacional visitou a fragata no seu regresso a Lisboa, vinda da Somália, depois de uma missão de seis meses no combate à pirataria marítima no oceano Índico como navio chefe numa operação da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte, em português).
Na altura, perante 191 oficiais, Santos Silva, para além de ter elogiado o trabalho realizado e mostrado "o reconhecimento do país", anunciou a continuação da participação de Portugal em missões de combate à pirataria na Somália.
"É uma operação que se desenrolará em terra, no Uganda, de formação e treino de forças somalis e Portugal participará como nação liderante de uma das áreas da formação, a área da formação e treino no combate em meio urbanizado com uma equipa que deve andar entre os 15 e os 20 oficiais", adiantou.
De acordo com o governante, esta é uma missão que se destina a "enfrentar os problemas a montante da pirataria no mar".
"Ajudar a Somália a responder, a assumir as responsabilidades que lhe são próprias na promoção da segurança", explicou Santos Silva.
O ministro acrescentou que as razões para a participação de Portugal nesta nova missão prendem-se com o facto de ela resultar da cooperação entre a União Europeia e a União Africana, onde "Portugal tem interesses e tem uma mais valia que lhe é própria nas pontes que se podem fazer entre a União Europeia e a África".
Questionado sobre o peso financeiro desta operação nos cofres do Estado, Santos Silva revelou que o Governo estima que ela possa custar um milhão de euros, incluídos no Orçamento do Estado para 2010, tendo em conta a duração de um ano, a partir da próxima primavera.