O Presidente da República recusou este sábado qualquer intervenção na negociação com a oposição do pacote de ajuda financeira a Portugal, sublinhando que o chefe de Estado não tem meios para tal, nem a Constituição o permite.
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Questionado se entende que terá de ser o Governo a negociar com os partidos o pacote de ajuda financeira que irá apresentar a Bruxelas, Cavaco Silva foi peremptório na resposta: "A senhora não está com certeza a imaginar que seja o Presidente da República".
Sublinhando que o chefe de Estado "não tem meios para realizar negociações", pois não dispõe de ministérios, nem de grupos de apoio técnico, nem tal é permitido pela Constituição, Cavaco Silva limitou a intervenção que um Presidente da República poderá ter a "diligências de natureza política".
"O Presidente da República faz diligências de natureza política por forma a que os diversos partidos possam aderir de uma forma responsável à solução de uma posição de emergência a que Portugal chegou", sustentou, insistindo que a Constituição é clara nesta matéria e estabelece que "o Presidente da República não governa, nem legisla".
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, congratulou-se por os partidos já terem reconhecido que o próximo Governo terá ser de um executivo com apoio maioritário na Assembleia da República.
"Todos os partidos já reconheceram que o próximo Governo deve ser um Governo com apoio maioritário da Assembleia da República, talvez esta seja uma das notícias mais importantes que nós podemos dar neste momento aos nossos parceiros europeus e aos mercados", afirmou o chefe de Estado.