O PS acusou, ontem, terça-feira, o projecto de revisão constitucional do PSD, de ser "um verdadeiro programa de Governo", que pretende "pôr em causa o Estado Social".
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Após Pedro Passos Coelho ter divulgado a entrega do projecto social-democrata no Parlamento, o líder da bancada socialista, Francisco Assis, anunciou que o PS vai criar um grupo de trabalho constituído por dez membros, liderado pelo ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, e coordenado a nível parlamentar, por Vitalino Canas, para responder à iniciativa social-democrata.
No final da conferência de Imprensa, Assis confidenciou que sendo de 30 dias o prazo para a entrega da proposta, dentro de duas semanas já deverão estar elaboradas as principais directrizes. E como são necessários dois terços dos deputados para aprovar um projecto de revisão constitucional, apelou às forças parlamentares à Esquerda do PS para que estejam ao lado dos socialistas na batalha que agora começa.
Assis acusou "o projecto de refundação constitucional do PSD" de "pôr em causa o Estado social", através do "ataque às relações laborais e à protecção dos direitos dos trabalhadores". Garantindo que o PS não aceita outro termo constitucional, quanto ao despedimento, que não seja "a justa causa".
"Essa é uma questão absolutamente fechada. Não achamos que haja necessidade de qualquer outra formulação", sublinhou o líder parlamentar, revelando ter interpretado a declaração de Cavaco Silva (ler página seguinte) como "um apelo a uma sensatez e a um princípio de estabilidade constitucional".