O PS considerou, esta quinta-feira, "positivo" o desfecho da cimeira de chefes de Estado e de Governo europeus, que terminou esta madrugada em Bruxelas, mas salientando que "as soluções estruturais" para a Europa "continuam por ser encontradas".
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"A cimeira foi positiva e deu bons sinais e bons indicadores. Foi um bom indicador o envolvimento do sector privado, mas a Europa continua a reagir tarde e - como se viu neste caso - a más horas. Portanto, as soluções estruturais continuam por ser encontradas, continuamos com a sensação que são soluções de conjuntura", disse à agência Lusa o secretário do PS para as Relações Internacionais.
Para João Ribeiro, é necessário "ir mais longe com a revisão dos tratados, com a criação de "eurobonds", com o fim dos paraísos fiscais, com a efectiva taxação das transacções financeiras internacionais" e também com "políticas de crescimento e de criação de emprego" em que, afirmou, a declaração final da cimeira "é completamente omissa".
"As boas notícias para a Grécia são boas notícias para a Europa e para Portugal. Mas os problemas fundamentais de crescimento económico e criação de emprego permanecem sem resposta", comentou.
Os líderes europeus e da zona euro chegaram esta madrugada, ao fim de uma maratona negocial de quase dez horas a um novo plano para reduzir a dívida grega e atribuir a Atenas um novo plano de resgate.
O novo plano prevê que a banca aceite perdas de 50 por cento nos investimentos na dívida soberana grega, medida que os negociadores da banca, o Instituto Financeiro Internacional (IFI), que representa as instituições, vai ter agora de fazer cumprir pelos bancos individuais.
O presidente do Conselho Europeu, Van Rompuy, anunciou também, em conferência de imprensa, que a zona euro e o Fundo Monetário Internacional -- que têm vindo a auxiliar o país desde maio de 2010 -- vão atribuir a Atenas mais 100 mil milhões de euros, um pouco abaixo dos 110 mil milhões que os 17 Estados da zona euro tinham acordado na cimeira de Julho.
Van Rompuy anunciou também o reforço do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), dos actuais 440 mil milhões de euros para um bilião de euros, para proteger as economias espanhola e italiana.
A declaração final elogia também o esforço de Portugal e da Irlanda no cumprimento dos programas de ajustamento ao abrigo da ajuda externa, e "convida os dois países a manter os seus esforços, a manterem-se comprometidos com as metas acordadas e estarem dispostos a tomar quaisquer medidas adicionais necessárias para atingir essas metas".
A declaração diz ainda que "Portugal está a fazer progressos positivos no seu programa e está determinado em continuar a levar a cabo medidas que suportem a sustentabilidade orçamental e melhorar a competitividade".