PS diz que mudanças são sinal de crise e divisão interna no Governo

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, decidiu separar as pastas das Finanças e do Tesouro, criando uma nova Secretaria de Estado das Finanças, ocupada pelo vice-presidente do PSD Manuel Luís Rodrigues, mantendo-se Maria Luís Albuquerque como secretária de Estado do Tesouro, tendo tomado posse nesta nova pasta.

Esta foi a segunda mudança no elenco do executivo PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho e a maior, ao fim de 16 meses de governação.

O PS considera que as mudanças nas secretarias de Estado propostas pelo primeiro-ministro são sinais de aumento da crise e da divisão interna no Governo e manifestou-se preocupado com a transparência do processo de privatizações.

"Nesta recomposição do Governo, o PS identifica o aumento da imagem de crise e de divisão interna no Governo, em lugar de essa crise ser resolvida", declarou o vice-presidente da bancada socialista António Braga.

O dirigente do Grupo Parlamentar do PS criticou sobretudo a mudança operada com a separação das pastas das Finanças e do Tesouro, dando origem a duas secretarias de Estado.

"A alteração no Ministério das Finanças dá nota dessa crise e dessa divisão interna, que agora se transporta para a Assembleia da República, já que estamos em período de discussão da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2013. Com a remodelação operada, isto inquina o trabalho complexo que se relaciona com a discussão do Orçamento", sustentou António Braga.

Ainda de acordo com o deputado do PS, "há a preocupação" de recair a responsabilidade do processo de privatizações na nova Secretaria de Estado.

"Isso aumenta o grau de preocupação no sentido de garantir transparência nos procedimentos relativos às privatizações. O PS dará sempre uma atenção especial a essa temática", advertiu.