O secretário-geral do PS, António José Seguro, salientou, sexta-feira, que o PS se revê "no essencial do actual texto constitucional" e que o partido "não está disponível para sufragar uma agenda de enfraquecimento do Estado social".
Corpo do artigo
Num longo discurso na abertura dos trabalhos do XVIII Congresso Nacional do PS, em Braga, o líder socialista criticou ainda o "tom de ameaça" com que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, se dirigiu "aos portugueses ousarem manifestar-se ou exprimir-se".
"O PSD apresentou um projeto de revisão constitucional que rompe o pacto e o consenso constitucional (...) O PS revê-se no essencial do atual texto constitucional e nos seus equilíbrios essenciais; o PS não está disponível para sufragar uma agenda de enfraquecimento do estado social; o PS não está nem estará disponível para viabilizar propostas que alteram drasticamente o equilíbrio das relações laborais a prejuízo dos trabalhadores", disse.
Num longo discurso de quase 30 páginas, lido a partir de um teleponto, Seguro vincou que "o problema não está na Constituição", mas sim "nas políticas, nos programas, na visão e na capacidade de mobilizar os portugueses".
"Tal como não é a Constituição a responsável pela apatia política que hoje atinge a Europa", frisou.
Mais adiante na sua intervenção, a propósito da "desconfiança da direita" em relação "às pessoas", o secretário-geral socialista declarou: "Ainda há poucos dias ouvimos o primeiro-ministro dirigir-se em tom de ameaça aos portugueses que ousarem manifestar-se ou exprimir-se livremente. Creio que em democracia foi a primeira vez que um primeiro-ministro ousou fazê-lo", criticou.
"Quero daqui dizer ao senhor primeiro-ministro que o PS não teme nem a voz nem a iniciativa dos cidadãos", respondeu.
