O PS requereu, esta quarta-feira, a apreciação parlamentar do decreto-lei que estabelece a subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), com a presença, em Plenário, do ministro da Defesa, Aguiar-Branco, afiançando que, em causa, está o futuro dos 620 trabalhadores da empresa, a construção naval em Portugal e "o superior interesse público".
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Primeiro subscritor da proposta, Jorge Fão, deputado eleito pelo círculo de Viana do Castelo, indicou que requerida pelos socialistas foi, também, a cessação de vigência do decreto-lei que institui a subconcessão dos terrenos e infraestruturas daquele que é o maior construtor naval do país, uma vez que "há, ainda, muitas questões por esclarecer".
Segundo o parlamentar, "falta explicar como vai ser defendido o interesse público, como vão ser tratados os trabalhadores e qual será o destino a dar às encomendas para a Venezuela (que contratou aos estaleiros de Viana a construção de dois navios, no valor de 128 milhões de euros)".
Em conferência de Imprensa, esta quarta-feira de manhã, em Viana do Castelo, o autarca local, José Maria Costa, não poupou críticas ao processo de subconcessão dos ENVC, considerando tratar-se de "uma autêntica trapalhada". A propósito, disse: "é urgente que toda esta situação seja esclarecida, com a presença na Assembleia do senhor ministro, uma vez que em causa está um património que é de todos e a vida de 620 famílias".
Lançado em julho, o concurso com vista à subconcessão dos estaleiros de Viana decorre até 23 de setembro, esperando o Governo dar o processo por concluído no mês seguinte. Até ao momento, seis grupos económicos, portugueses e estrangeiros, manifestaram interesse na concessão.