O secretário-geral do PS anunciou o voto contra à moção de confiança ao Governo, argumentando que do Executivo "há que esperar o pior" e duvidou das garantias dadas pelo primeiro-ministro sobre a "solidez" da coligação PSD/CDS-PP.
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"O primeiro-ministro apresenta-se no Parlamento renunciando a olhar a realidade do país. E assegurando a solidez da coligação. Ninguém pode levar a sério essa afirmação e ninguém pode ficar tranquilo com essa afirmação", declarou António José Seguro.
Num pedido de esclarecimento a seguir apresentação da moção de confiança ao Executivo pelo primeiro-ministro, Seguro citou um comunicado do Conselho de Estado de setembro de 2012 referindo que "foram ultrapassadas as dificuldades que poderiam afetar a solidez da coligação partidária que apoia o governo".
"Foi o que se viu. Passaram nove meses para que este mesmo governo, esta mesma coligação tivesse criado uma crise política motivada pelas demissões dos dois ministros de Estado", frisou o líder do PS.
"O primeiro-ministro pode garantir o que quiser mas do seu governo há que esperar o pior. Como é que este Parlamento pode dar confiança a um governo que não é um governo de palavra", disse António José Seguro.
Anunciando o voto contra da bancada à moção de confiança ao Executivo PSD/CDS-PP, António José Seguro reiterou que o Governo "perdeu a confiança" dos portugueses e aludiu a palavras do ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar para afirmar que "o melhor povo do mundo merece um governo melhor".
António José Seguro recordou vários momentos da crise política, desde a demissão do ministro das Finanças ao anúncio de demissão do ministro Paulo Portas, questionando também "como é que o país pode levar a sério e confiar na palavra deste governo quando há uma ministra das Finanças que mente numa comissão de inquérito deste Parlamento".
Para o PS, acrescentou, a moção de confiança apresentada pelo primeiro-ministro "é a expressão da sua própria fragilidade".
Na sua intervenção, Seguro deixou sem resposta o apelo do primeiro-ministro ao PS para que trabalhe com o Governo em matérias como a redução do IRC.