<p>Jardim quer propor a proibição do comunismo na próxima revisão constitucional e deixou a direcção nacional do PSD sem palavras. O PS aproveitou para condenar esse silêncio, o PCP sente-se insultado e Monteiro Diniz diz-se magoado. </p>
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Alberto João Jardim prepara-se para apresentar, no Parlamento madeirense, uma proposta para rever a Constituição que proíbe o comunismo em Portugal. Por ser uma ideologia igual ao fascismo, justifica: "A democracia não deve tolerar comportamentos e ideologias autoritárias e totalitárias, não só de Direita como o fascismo (referido na Constituição) como de Esquerda, caso do comunismo, não previsto no texto constitucional".
Sem saída, o PSD nacional disse só se pronunciar na revisão constitucional da próxima legislatura. "Nessa altura, com certeza o PSD terá uma posição", respondeu o dirigente Aguiar Branco.
"Inaceitável" foi como o PS se referiu ao "silêncio" manifestado pela direcção social-democrata.
Jardim vai defender terça-feira no hemiciclo do Funchal 30 alterações à Constituição, entre as quais a extinção do cargo de representante da República para as regiões autónomas, o que levou o representante para a Madeira, Monteiro Diniz, a dizer-se "profundamente magoado" com justificações "injustas, desadequadas e erróneas".
"Insultuosa, antidemocrática e fascista" foi a classificação do PCP às declarações de Jardim "semelhantes às que imperaram no país durante a ditadura fascista", segundo Vasco Cardoso.
Para Francisco Louçã, do BE, este é Carnaval de Verão de Jardim, que, tendo sido da União Nacional, "conhece por dentro como se impõe uma ditadura, devendo aprender um pouco mais com a democracia".