
O secretário-geral dos socialistas encerrou a Convenção Autárquica para o Baixo Tâmega e Vale do Sousa e aproveitou a ocasião para acusar o primeiro--ministro de permitir que o seu Governo seja hoje "o principal fator de instabilidade política no nosso país, quando o país necessita de ter um Governo forte e sólido". E acusou a Coligação PSD/PP de ser, ela própria, também, um fator de instabilidade.
Sem nunca referir o nome de Paulo Portas, Seguro disse que o chefe de Governo foi desautorizado. "Esta semana, o ministro dos Negócios Estrangeiros voltou a desautorizá-lo, porque o primeiro--ministro disse, no final de setembro, ao Conselho de Estado, que a crise na coligação tinha passado e que estava tudo bem, mas o país assistiu ao espetáculo degradante na praça pública de uma nova crise no interior da coligação. A pergunta é simples: se eles não acreditam um no outro, como é que os portugueses podem acreditar neste Governo?" interrogou.
Para Seguro há uma nova crise no Executivo, "com ataques entre membros do Governo". "Eles estão mais entretidos com o ministro do lado, ou com o ministro dos Negócios Estrangeiros, do que com os problemas reais do país".
No plano externo, Seguro acusou Passos de ter entrado "mudo e saído calado" do Conselho Europeu. "Enquanto os primeiros-ministros de Espanha e da Grécia foram falar da realidade e das dificuldades do seu país, não teve uma única palavra para defender os interesses do país e dos portugueses".
Seguro voltou a comparar o Orçamento do Estado "a uma autêntica bomba atómica fiscal, exterminadora da classe média" afiançando que "ninguém acredita neste orçamento, a começar pelos membros e ministros e do próprio Governo que aprovou".
Passos Coelho "não tem rumo para Portugal" e "assistimos no último mês e meio a propostas que eram anunciados à segunda-feira e retiradas à terça; depois vinha uma diferente à quarta e recuava à quinta, para na sexta-feira ser apresentada uma proposta completamente diferente das outras apresentadas", preconizando que "o país precisa de uma estratégia entendível para todos os portugueses".
