António José Seguro denunciou, no Porto, que o Governo "tem escondida uma agenda de cortes de dois mil milhões de euros" que pretende aplicar após as eleições para o Parlamento Europeu. E prometeu iniciar a recuperação dos salários e pensões.
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"Nós queremos parar com os cortes que já deviam ter parado há mais tempo e iniciar a recuperação do rendimento, dos salários e das pensões dos portugueses", prometeu o secretário-geral do PS. E destacou que, pelo contrário, "o Governo não para de cortar e tem uma agenda escondida de cortes de cerca de dois mil milhões de euros que se prepara para aplicar a seguir às eleições europeias" e durante o próximo ano.
A promessa de António José Seguro de iniciar a recuperação dos rendimentos, lançada durante o encerramento da Convenção Novo Rumo dedicada à Saúde, surge após as declarações polémicas do conselheiro económico do PS Óscar Gaspar.
Questionado, num programa televisivo, sobre se o PS quando for Governo vai repor os salários, pensões e prestações sociais ao nível de 2011, Óscar Gaspar respondeu que "a resposta séria é não". "Nem os portugueses imaginariam, nem nunca ouviram do líder do PS nenhuma proposta demagógica para voltarmos a 2011 porque não é possível. As contas públicas portuguesas não o permitem", afirmou na altura.
As palavras de Seguro acabam por ir de encontro àquelas afirmações, uma vez que fala em "iniciar" a recuperação, e não assume o compromisso de o fazer de imediato e de uma vez só.
"É evidente que as coisas não mudam de um dia para o outro, carregando num botão. Não é assim que se governa. E seria irresponsável e demagógico dizermos uma coisa dessas (...). Podemos perder alguns votos mas não enganamos os portugueses", assegurou depois o secretário-geral do PS, que acabou depois por responder ao desafio para que comentasse as palavras do conselheiro.
"Ainda hoje um jornal dá conta de que o Governo se prepara para rever as tabelas salariais dos trabalhadores da Função Pública, retirando-lhes mais cerca de 5% no ano de 2015. É preciso parar com os cortes. Isto não é maneira de governar um país", atacou, igualmente, António José Seguro no final da conferência, referindo-se à política de cortes do Governo.