O secretário-geral do PS, António José Seguro, acusou o primeiro-ministro de ser "um apaixonado pela austeridade", defendendo ser "altura" de Passos Coelho "não se desculpar" com o anterior Governo socialista e "assumir as suas responsabilidades".
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Em Avis, no arranque da deslocação a vários concelhos do distrito de Portalegre, integrada no seu "Roteiro em Defesa do Interior", o líder socialista foi questionado sobre as palavras do presidente da República - em entrevista à TSF, Cavaco Silva disse ser "impossível impor mais austeridade" a um conjunto de portugueses mais vulneráveis - , afirmando: "Há muitos meses que digo isso".
"É altura de o primeiro-ministro não se desculpar e assumir as suas responsabilidades. Há mais de oito meses que governa o país", frisou António José Seguro, durante uma visita à corporação de bombeiros local.
As declarações de Seguro surgem depois de, na terça-feira à noite, em Setúbal, o primeiro-ministro justificar que o Governo foi obrigado a aplicar mais medidas de austeridade para atingir os objetivos do défice para 2012 porque a situação era pior do que dizia o anterior Executivo.
"Se precisámos de ir mais além para chegar aos mesmos objetivos, é porque o nosso ponto de partida não era aquele que nos tinha sido comunicado pelo anterior Governo. Era muito pior", afirmou Pedro Passos Coelho.
O secretário-geral do PS recordou, esta quarta-feira, que, "há muitos meses atrás" e em cada debate quinzenal na Assembleia da República, tem dito ao primeiro-ministro que "a receita que ele escolheu" para Portugal colocou o país "num caminho errado".
"Há uma alternativa, um outro caminho", mas "o primeiro-ministro é um apaixonado pela austeridade", acusou o líder socialista.
Pelo contrário, António José Seguro garantiu que defende "a prioridade ao emprego e ao crescimento económico".
"Os resultados para os portugueses [das políticas do Governo PSD/CDS-PP] estão à vista. É a política do 'custe o que custar' do atual primeiro-ministro", criticou. Só que "o 'custe o que custar' do primeiro-ministro dá nisto: mais desemprego e menos economia", continuou.