Seguro diz que se for primeiro-ministro austeridade será necessidade e não prioridade
O secretário-geral do PS, António José Seguro, afirmou, esta quinta-feira, que, se assumir as funções de primeiro-ministro, a austeridade económica e financeira será uma "necessidade" mas não uma estratégia prioritária por parte de um seu Governo.
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António José Seguro falava no Centro de Congressos de Lisboa, perante uma plateia de empresários e economistas no âmbito da conferência "Fórum para a Competitividade".
A apresentação do líder socialista aos presentes foi feita pelo antigo presidente da Confederação da Indústria Portuguesa Pedro Ferraz da Costa, dizendo que o líder socialista "fala em alternativa [para o país, mas sem a explicitar]".
António José Seguro, na sua intervenção, vincou que "há ano e meio" que sustenta que a atual política de austeridade do Governo "falhou", porque a prioridade "deve ser colocada do lado da economia e do emprego, conciliando com rigor e disciplina orçamental".
"Nunca me ouvira dizer que, se assumisse as funções de primeiro-ministro, a austeridade não teria de ser aplicada. Não seria era uma prioridade, mas sim uma necessidade", declarou.
De acordo com o líder do PS, Portugal "deve mudar de uma estratégia da austeridade para uma de crescimento, assente em quatro pontos fundamentais", sendo o primeiro o da criação de "um ambiente amigo para o crescimento".
"Em segundo lugar, deve haver uma estratégia nacional para o desenvolvimento sustentável do país, em terceiro lugar deve existir rigor e disciplina nas contas públicas e, finalmente, Portugal deve ter um Governo com pensamento europeu", sustentou o secretário-geral do PS.
Na sua intervenção, António José Seguro defendeu que Portugal precisa de ter uma redução de custos ao nível do serviço da dívida - disse que em 2013 o país pagará 7,2 mil milhões - e que o Banco Central Europeu (BCE) deve financiar diretamente os Estados-membros.
Seguro considerou ainda essencial uma recapitalização das pequenas e médias empresas, a criação de um banco de fomento, uma diminuição dos custos da energia e um maior apoio ao financiamento das universidades.
"O nosso problema não é o défice orçamental, não é o défice externo ou a dívida pública. Esses problemas são consequência de uma causa maior: Um país que cresce pouco e que neste momento nem sequer cresce", concluiu.