O secretário-geral do PS negou, esta quinta-feira, a existência de negociações com o governo sobre matéria europeia e apelou à maioria PSD/CDS para que reconsidere a sua oposição à aprovação de um ato adicional ao Tratado Orçamental.
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António José Seguro falava aos jornalistas no final de uma reunião com o Grupo Parlamentar do PS, que durou cerca de três horas e em que a sua posição a favor da aprovação do Tratado Orçamental da União Europeia foi acompanhada por uma ampla maioria de deputados, entre os quais figuras como o ex-líder Ferro Rodrigues e ex-ministros como Vieira da Silva e Jorge Lacão.
Perante os jornalistas, o secretário-geral do PS frisou que, em matéria de Tratado Orçamental da União Europeia (UE) e de viabilização da resolução dos socialistas a favor de um ato adicional a esse tratado sobre emprego e crescimento, "nunca houve qualquer negociação com o governo".
"O sentido de responsabilidade do PS está no seu voto favorável ao tratado, mas queremos mais Europa, uma Europa que resolva a crise e responda em concreto aos problemas das pessoas - e o principal problema é o desemprego. Queremos um ato adicional que responda a este problema em concreto do desemprego e, para isso, é necessário maior dinamismo económico", sustentou o secretário-geral socialista.
Neste contexto, António José Seguro lamentou que o governo "se exclua deste objetivo [a favor do emprego e do crescimento], sinal que está rendido e de braços caídos".
Interrogado se a quebra do consenso europeu entre os principais partidos portugueses poderá dificultar a curto prazo um entendimento em torno da transposição da chamada regra de ouro (limites ao défice e dívida) para o ordenamento jurídico nacional, António José Seguro deu a seguinte resposta: "Tenho esperança que o PSD e CDS reconsiderem a sua posição e reflitam bem".
Seguro observou depois que "ainda falta 24 horas" para as votações do Tratado Orçamental e da resolução do PS a propor um ato adicional a esse mesmo tratado.
"O meu desejo é que eles [PSD e CDS] pensem em primeiro lugar nos portugueses e possam votar o projeto de resolução do PS. Consideramos que o atual tratado é desequilibrado e precisa de uma componente económica e social. O PS apresentou uma proposta com medidas concretas e cabe agora à maioria decidir se está de acordo ou não", frisou.
Interrogado se a resolução apresentada pelo PS se destina a "calar" os críticos internos face ao teor do Tratado Orçamental, Seguro reagiu: "Estamos a falar de assuntos muito sérios, como o emprego dos portugueses".
"Tenho um rumo para o PS e o rumo é o de pôr sempre o interesse nacional em primeiro lugar", acrescentou.