O secretário-geral do PS criticou duramente, esta sexta-feira, a forma como o primeiro-ministro se apresentou no debate quinzenal no Parlamento, perguntando-lhe "onde tem a cabeça" e acusando-o de se encontrar em estado de negação.
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António José Seguro falava após Pedro Passos Coelho ter respondido a questões formuladas pelos líderes parlamentares do CDS, Nuno Magalhães, e do PSD, Luís Montenegro.
"O que se pode dizer é que o senhor primeiro-ministro está em autêntico estado de negação. Onde está a sua cabeça de que país fala?, questionou o líder socialista, antes de se referir ao diálogo que Pedro Passos Coelho travou com as bancadas da maioria governamental PSD/CDS.
"Em 40 minutos de conversa com a sua maioria, não teve uma palavra sobre o desemprego - e o país já tem 842 mil desempregados. As empresas não têm crédito e enfrentam problemas de tesouraria, mas não disse uma palavra sobre isso", observou Seguro.
Na resposta, o primeiro-ministro negou que esteja a ver Portugal como "um país cor de rosa", contrapondo que "há dificuldades sentidas por todos os portugueses, em relação às quais o Governo tem plena consciência".
Depois, Pedro Passos Coelho atacou o estilo de oposição mais recente do PS. "O PS, na hora de pedir ajuda, não foi equívoco e comprometeu o país com a assinatura de uma memorando. Estamos a cumpri-lo, mas existe a dúvida de que o PS queira de facto cumprir esse memorando", disse.
Pedro Passos Coelho acusou mesmo António José Seguro de, enquanto líder do PS, "dar uma no cravo e outra na ferradura".
"Diz que o PS respeitará sempre o memorando, mas o PS raramente se revê em qualquer das medidas que concretizam o memorando. É muito fácil estar na oposição e escolher a demagogia e o populismo", declarou, recebendo prolongadas salvas de palmas das bancadas da maioria governamental.