
O coordenador do Bloco de Esquerda João Semedo considera que Passos Coelho "desvendou um pouco mais" onde o Governo pretende poupar quatro mil milhões de euros, considerando que "os cortes nas pensões não serão só nas mais elevadas".
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"Vai haver um corte muito significativo no valor das pensões e nas reformas e, ao contrário do que o primeiro-ministro disse hoje, não será só nas pensões mais elevadas. Será um corte que atingirá todas as pensões", defendeu o dirigente bloquista.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu, este domingo, a necessidade de os reformados com pensões mais elevadas darem ao Estado um "contributo maior", o que na sua opinião não viola a Constituição da República."Queixam-se de lhes estarmos a pedir um esforço muito grande", disse Passos Coelho em Penela, considerando que esses reformados e pensionistas "descontaram para ter reformas, mas não para terem aquelas reformas".
Em declarações à Lusa, João Semedo defendeu que "as palavras do primeiro-ministro confirmam que o Governo se prepara para cortar nas pensões e nas reformas e que esse corte faz parte da poupança de quatro mil milhões que o Governo já acordou com a 'troika'".
"Quando fala de cortar as pensões muito elevadas está-nos a enganar", realçou, considerando que "todas vão ter um corte muito significativo".
Para o coordenador do BE, "cortar nas pensões e nas reformas é insistir e agravar o empobrecimento a que está a conduzir as famílias portuguesas. É mais austeridade sobre uma austeridade que já pesa muito".
João Semedo considerou ainda "extraordinário" e "caricato" que Passos Coelho diga que a dívida pública do Estado português deverá estar paga dentro de 20 ou 30 anos.
"A dívida pública vai demorar muitos anos a pagar, não é um ou dois, qualquer coisa como 20 ou 30 anos", afirmou Passos Coelho, durante uma visita ao concelho de Penela.
O coordenador bloquista afirmou que é "caricato" que "o Governo e primeiro-ministro que não fazem outra coisa que não seja aumentar a dívida venha agora dizer que demorará 20 ou 30 anos a pagar", reiterando a necessidade de renegociar o valor da dívida e dos juros.
