Socialistas afectos a José Luís Carneiro abandonam reunião da comissão política distrital a meio
<p>Os membros afectos à moção de José Luís Carneiro abandonaram, na segunda feira, a reunião da comissão política distrital do PS/Porto, acusando a maioria de "intolerância".</p>
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Por seu lado, um representante do secretariado considerou que os membros afectos à moção de José Luís Carneiro saíram por terem sofrido "três derrotas consecutivas".
A reunião da comissão política distrital do PS/Porto de segunda feira foi a primeira após as eleições de 08 e 09 de Outubro para a liderança da estrutura, que reconduziram Renato Sampaio para o terceiro mandato à frente da federação, com 54 por cento dos votos, contra os 44 por cento do seu opositor José Luís Carneiro.
O ponto da ordem dos trabalhos que gerou o abandono dos elementos afectos a José Luís Carneiro foi o quarto, votação das moções sectoriais, que não tinham sido sufragadas no XIV congresso federativo de 23 de Outubro.
Em comunicado enviado à Agência Lusa, José Luís Carneiro acusou o presidente da mesa, Guilherme Pinto (reeleito nesta mesma reunião), de tentar impor "a votação imediata, sem discussão" das moções sectoriais.
Já João Paulo Correia, representante do secretariado da federação, explicou que as moções não teriam que ser discutidas segundo indicações do congresso.
A comissão política foi a votos para decidir se haveria espaço para a discussão na reunião, com a decisão final a ir contra a proposta.
"Não tendo sido possível proceder no congresso distrital à discussão total dos documentos (...) diversos elementos afectos à moção 'Por Um Porto de Esperança' solicitaram que fosse concedido um tempo aceitável para essa discussão", refere o comunicado de José Luís Carneiro.
O candidato derrotado afirmou que o presidente da comissão política "recusou conceder a palavra a diversos comissários", o que gerou o "abandono progressivo" de alguns elementos.
José Luís Carneiro solicitou cinco minutos de interrupção dos trabalhos para "permitir que os ânimos serenassem", mas Guilherme Pinto (também presidente da Câmara de Matosinhos) "recusou esta proposta", tendo os eleitos pela moção 'Por Um Porto de Esperança', "num quadro de impossibilidade para realizar um debate com elevação e diversidade", decidido abandonar os trabalhos.
João Paulo Correia fez uma leitura diferente dos acontecimentos, considerando que os elementos abandonaram a sala "após três derrotas consecutivas, não acatando uma decisão da comissão política distrital".
Segundo o representante do secretariado de Renato Sampaio, a primeira das "derrotas" em causa foi a reeleição de Guilherme Pinto como presidente da comissão política distrital - proposto pelo presidente do PS/Porto - com 45 votos, contra a lista indicada por José Luís Carneiro, que obteve 32 votos, que tinha indicado para o cargo o presidente da Câmara de Vila do Conde, Mário de Almeida.