O secretário-geral do PS, José Sócrates, disse hoje, sábado, estar orgulhoso do trabalho desenvolvido pelo seu governo na área desportiva e defendeu que a prioridade deve continuar a ser a da última legislatura: a aposta no desporto escolar.
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Sócrates, que falava no "Fórum Desporto", realizado em Lisboa no quadro da iniciativa "Novas Fronteiras", apontou como outros grandes eixos da política pública de desporto o apoio ao desporto de alto rendimento e a realização de grandes eventos desportivos no país.
"Nós queremos uma política pública de desporto que tenha como principal orientação promover a generalização do acesso à prática desportiva e queremos fazê-lo com igualdade de oportunidade", disse, salientando que tal só é possível "apostando na escola pública e no desporto escolar e fazê-lo logo no início, no primeiro ciclo do básico".
Recordando os tempos em que tutelou a pasta do desporto, e lembrando a organização ção do Campeonato Europeu de futebol de 2004 - "foi o período que eu me lembro da minha vida em que vi mais felicidade no nosso país", disse -, o líder socialista defendeu que Portugal deve continuar a apostar na realização de grandes eventos, sem nunca falar em concreto da eventual organização conjunta do Mundial de futebol de 2018.
"A organização de grandes eventos desportivos internacionais é absolutamente fundamental para um país como Portugal, pois isso promove a prática desportiva, induz o investimento em infra-estruturas desportivas e porque isso é o melhor contributo para a afirmação de Portugal do ponto de vista internacional", disse.
Numa sessão presidida pelo secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, e com a participação de diversos atletas e antigos atletas - alguns dos quais fizeram questão de salientar a sua "distância" em relação ao PS embora aplaudindo a acção governativa na última legislatura, casos do antigo futebolista João Vieira Pinto e de Nuno Fernandes, antigo presidente da comissão de atletas olímpicos -, José Sócrates recordou que também ele faz desporto.
A esse propósito, disse que "o facto de alguns verem com estranheza" que faça desporto, designadamente corrida, "não faz parte do Portugal moderno".
Defendeu mesmo que o "o país precisa de atitude de um desportista, de quem parte para a sua prova seguro de si, confiante em si próprio, com a atitude própria de um desportista", na única parte da intervenção com alusão directa às eleições legislativas de 27 de Setembro.
Sócrates defendeu a propósito que, nas eleições, "há uma escolha entre programas e ideias mas também uma escolha a fazer em termos de atitude", para de seguida reformular uma citação de Eisenhower, utilizada na véspera, de que nunca vira um pessimista vencer batalhas.
"Também nunca vi um pessimista vencer uma única prova desportiva", rematou, para depois abandonar o Centro Cultural de Belém sem "passar a bola" aos jornalistas que o aguardavam para questões sobre outros assuntos da actualidade.