Primeiro-ministro considerou "desleal" que os partidos da oposição queiram "discutir despesa sem o quadro geral do Orçamento de Estado" e rejeita um "Governo de Assembleia".
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Em declarações aos jornalistas em Ribeiradio, Oliveira de Frades, José Sócrates criticou o facto de estarem em discussão na Assembleia da República "propostas de partidos para aumentar a despesa em mais de dois mil milhões de euros".
"Eu acho absolutamente inacreditável que nas primeiras semanas com o novo Parlamento os partidos aproveitem esta oportunidade para propor, ainda antes da discussão do Orçamento, um aumento da despesa", frisou.
O primeiro-ministro lamentou que haja partidos que, por um lado, "estão muito preocupados com a redução da despesa" e, por outro, "só façam propostas no Parlamento para aumentar a despesa".
"Eu acho que há um momento para discutir isso", sublinhou, fazendo votos para que os partidos de oposição "tenham a responsabilidade de esperar pela discussão do Orçamento para se discutir em conjunto as receitas e as despesas".
Isto porque, justificou, não pode aceitar "a ideia de que o Parlamento aumenta a despesa, cria um problema orçamental, e o Governo depois a única coisa que tem que fazer é executar".
"A isso chama-se um Governo de Assembleia. Espero que isso não aconteça", realçou, afirmando que "o que está em discussão na AR não é uma discussão responsável".
"Espero que no final da sessão haja a responsabilidade para esperar pelo momento próprio do debate sobre essas despesas e essas opções, que é o momento do Orçamento Geral do Estado", acrescentou.
A oposição parlamentar impôs a aprovação, na generalidade, de 11 dos 13 diplomas com medidas "anti-crise" do PSD, CDS-PP e PCP, vencendo a maioria relativa do PS, que votou contra.