Dou, a partir de hoje, cara e corpo por este jornal, o nosso Jornal de Notícias. Num tempo crucial, em que a generalidade dos meios de comunicação enfrenta desafios de enorme exigência e incerteza, o JN conta com um património de que poucos se podem orgulhar: é o valor da marca e da sua história de 126 anos, um legado de cinco gerações de grandes jornalistas, fiéis à sua e nossa terra, à região e ao país.
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São os laços de confiança e de credibilidade na relação com os nossos leitores que fazem do JN um grande jornal nacional, orgulhoso da sua pronúncia do Norte.
Este jornal tem critérios e depende exclusivamente deles. São os da ética e do rigor profissional. Não tem ambições políticas e é indiferente a quem as tiver. Não deve obediências a partidos, autarquias, clubes, empresas ou qualquer sacristia. Mas não é nem será neutral na defesa das grandes causas pela liberdade e dignidade do homem como medida de todas as coisas.
Contra o centralismo, a miséria, a ignorância, a inveja e a tirania, não gostamos do jornalismo mole, narcótico ou redondinho. Ao contrário, apreciamos e procuraremos acolher e cultivar a prosa culta, comprometida, por vezes revoltada - e sempre, sempre inconformada. Um jornal são milhões de palavras. E quem as escreve escreve-se a si também, no seu registo histórico.
O JN é um exercício de memória contra o esquecimento. Na batalha contra as desigualdades e na afirmação da solidariedade inclusiva, em primeiro lugar na relação de vizinhança, aí esteve e aí estará sempre o Jornal de Notícias.
Em cada dia, a mesma permanente inquietação que é também a matriz do nosso JN: fazer jornalismo de proximidade. Se a informação é a pedra angular de um jornal, o JN quer ser também um instrumento de coesão, que valoriza os testemunhos de cidadania.
Somos, desde há muito, o jornal que mais e melhor acompanha o interior do país, conhecemos os custos da interioridade, ou seja, o preço que o interior paga por ser interior. Estamos - o JN sempre esteve - do lado dos que não se resignam ao isolamento, à miséria e ao abandono.
Vamos, pois, procurar ter mais notícias e afinar a nossa cobertura de rede. Porque um bom jornal é a cidade, a região e o país a dialogar consigo mesmos e com o Mundo.
Com o JN, queremos fazer do longe, perto. Às limitações físicas da distribuição e do papel, bem escasso e cada vez mais caro, vamos responder com novo impulso nas nossas edições eletrónicas, em todas as plataformas digitais. É sobretudo aí que queremos crescer, sem fronteiras, porque em comunicação o nosso primeiro mercado é a língua portuguesa, seja qual for a sua geografia.
E se este nosso JN já é um grande jornal, temos a ambição de fazer dele o melhor. Venham connosco fazer este caminho!