Isabel Silvestre, cantora natural de Manhouce, no distrito de Viseu, fundou o Grupo Cantares de Manhouce. Com Rui Reininho, cantou "Pronúncia do Norte" e, aos 73 anos, orgulha-se de ter levado música tradicional ao Mundo.
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Este ano teve dinheiro para férias?
Podemos fazer férias sem dinheiro. Às vezes, gasta-se muito dinheiro e não se tem férias. Normalmente, nesta altura, é quando tenho mais trabalho. Mas quando acalmar, vou fazer férias em Manhouce.
O que não deixou de fazer?
Ler livros que não tive tempo para ler, pesquisar tradições e tudo o que não tive tempo para fazer durante o ano. São as melhores férias que posso ter.
Convença-me a passar férias em Manhouce.
As férias em Manhouce podem ser deliciosas. Temos rios, piscinas naturais, o maciço da serra da Gralheira, os cheiros, as paisagens, a gastronomia, o convívio com as pessoas e o silêncio. É preciso ter a capacidade de ouvir o silêncio, que nos traz paz.
Qual é o segredo mais bem guardado da localidade?
A sua cultura e tradição, a sua música, as pequenas capelas, as serras. Manhouce é um pouco o coração da serra.
A que parte do Mundo ainda gostava de levar a música tradicional?
Levei-a a quase todo o Mundo, mas falta-me ir cantar às ex-colónias portuguesas: Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique. Também nunca cantei nos Açores.
As tradições e o turismo andam de mãos dadas?
Deveriam andar. As nossas tradições deveriam ser respeitadas e devíamos preservá-las para o futuro. O turismo devia ser algo que sabe receber bem e as tradições são o nosso melhor cartão de identidade. Mas sem dinheiro não há turismo e sem turismo não há dinheiro.