Leonel Pereira está à frente dos tachos no São Gabriel. O atual dono, João Luís Calado, apostou forte e gastou mais de três milhões de euros a reformular o espaço. Agora, o São Gabriel é mais português, mais algarvio. Noventa por cento da clientela da casa é estrangeira, ingleses e alemães no topo da lista.
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Há lugar para 65 comensais e 26 pessoas para lhes servirem a comida, entre os que trabalham na cozinha, na copa e nas mesas. Dois menus de degustação, um de oito pratos, a 75 euros, um de 16 pratos, a 120.
Em qualquer caso, a ideia é que quem prova os pratos de Leonel Pereira sente o mar a explodir-lhe na boca. Alta cozinha, pois claro. Há a versão de uma sopa de choco à algarvia e há carapaus alimados. Há pezinhos de coentrada desconstruídos e há uma construção improvável sobre lagostins de Sagres. A comida é apresentada em conchas ou pratos de barro antigos, pintados à mão.
Os alimentos, aqui, chegam de produtores locais e cumprem a sazonalidade de sempre. Nas traseiras do São Gabriel, há uma horta de onde vem uma boa parte do que é servido à mesa. Aromáticas não faltam: coentros, poejo, tomilho, sálvia, lúcia-lima, hortelã, cidreira e louro. Mas também se produzem couves e nabiças, repolho e abóbora, feijão-verde e aipo, romãs, nêsperas, pêssegos e beringelas.