Um cidadão escocês, de 26 anos, atraído para uma reunião de negócios, no Algarve, foi mantido em cativeiro durante 15 dias, torturado e mutilado. Chegou a ser dado como morto, mas conseguiu fugir aos raptores, ingleses, foi tratado no Hospital de Faro e, entretanto, transportado para Lisboa.
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Quando foi encontrado, em Boliqueime, o cidadão britânico dizia ter sido vítima de um acidente não tendo conseguido dar mais explicações. Faltava-lhe a orelha direita, o que fez acom que a pessoa que o auxiliou - que não sabe falar Inglês - tivesse chamado a GNR e o INEM. Nos primeiros tratamento feitos ainda no local, foi possível perceber que, além da orelha, não tinha um dedo da mão esquerda e tinham também sido cortados dois dedos num pé e um dedo no outro.
Transportado pela ambulância do INEM para o Hospital de Faro, o homem teve alta entretanto e foi transportado para um hospital de Lisboa.
O cidadão escocês, cujo nome é Russell, e que inicialmente foi apontado pelas autoridades como tendo cerca de 40 anos, aterrou no aeroporto de Faro no passado dia 5. A sua viagem a Portugal estaria conotada com negócios, mas as autoridades portuguesas estão a apurar se estarão relacionadas com tráfico de droga. Desde então, nunca mais deu sinal de vida, ao ponto de o seu telemóvel ter sido desligado.
Porém, as autoridades portuguesas foram alertadas para que algo de estranho se estaria a passar com o escocês e cedo investigaram as suas pistas que foram dar aos proprietários de um automóvel de marca Mercedes, de matrícula inglesa, que terá sido incendiado e atirado para as águas da barragem de Santa Clara-a-Velha, a poucos quilómetros de Santana da Serra, no concelho de Ourique.
A Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional Contra o Terrorismo, deteve quatro indivíduos, de nacionalidade britânica, que utilizaram o carro incendiado. E conseguiu também encontrar o cidadão escocês, gravemente ferido pelos quatro britânicos, que o terão raptado, mantido em cativeiro e mutilado em várias partes do corpo.
Levados a tribunal, o juiz aplicou aos quatro alegados raptores a medida de coacção de prisão preventiva.