Pinto Monteiro disse hoje, segunda-feira, que "dentro de uma semana" será "tudo esclarecido e tornado público" em relação às certidões extraídas do processo Face Oculta.
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À saída da reunião anual de magistrados da área de Família e Menores do Distrito Judicial de Lisboa, Pinto Monteiro afirmou aos jornalistas que "é completamente falso" que tenha recebido as certidões do processo há quatro meses sem fazer nada.
"Houve uma reunião, entre Maio e Junho, no meu gabinete com o procurador-geral distrital de Coimbra e o director do DIAP [Departamento de Investigação e Acção Penal] de Aveiro. No seguimento dessa reunião foi enviada uma certidão com imensas cassetes, que foi analisada, e em Setembro foi proferido um despacho meu e do presidente do Supremo Tribunal de Justiça", adiantou Pinto Monteiro.
Garantindo que o processo Face Oculta não está parado, o procurador-geral da República sublinhou que "quem decide sobre o destino último das cassetes é o presidente do Supremo Tribunal de Justiça".
Pinto Monteiro afirmou, também, que "o DIAP de Aveiro continua a enviar certidões", tendo recebido a última há 15 dias.
No sábado, o PGR confirmou ao semanário Expresso que uma das nove certidões extraídas do processo se refere a escutas entre o primeiro-ministro, José Sócrates, e o vice-presidente do BCP, entretanto suspenso, Armando Vara, estando a Procuradoria a analisar o caso para perceber se existem ou não fundamentos para a abertura de um inquérito crime.
Entretanto, o primeiro-ministro já afirmou aos jornalistas que telefonou ao "amigo" Armando Vara.
Desde 30 de Outubro, aquando do início dos interrogatórios judiciais relativos ao processo Face Oculta, um arguido foi colocado em prisão preventiva (o empresário Manuel José Godinho) e dois outros foram suspensos de funções: Manuel Guiomar, quadro da Refer, e Mário Pinho, funcionário da Repartição de Finanças de São João da Madeira.
A Polícia Judiciária desencadeou no dia 28 de Outubro a operação Face Oculta em vários pontos do país, no âmbito de uma investigação relacionada com alegados crimes económicos de um grupo empresarial de Ovar que integra a O2-Tratamento e Limpezas Ambientais, a que está ligado Manuel José Godinho.