Caças F-16 portugueses intercetaram, na quarta-feira, bombardeiros estratégicos russos, obrigando-os a sair do espaço aéreo nacional, de acordo com um comunicado do Estado-Maior-General das Forças Armadas. O incidente pode estar enquadrado nas tensões internacionais que rodeiam o conflito na Ucrânia.
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Os caças portugueses, dois, segundo adianta o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA), foram operados a partir da Base Aérea de Monte Real (BA-5) da Força Aérea e ativados em cooperação com o sistema de alerta da NATO, onde Portugal está integrado e que envolve radares da FAP.
Os aviões russos foram intercetados no Atlântico a oeste da costa portuguesa, segundo comunicado da NATO, que classifica o incidente como uma "atividade pouco comum da aviação russa no espaço aéreo europeu".
Os aviões russos, dois Tupolev 95 (Tu-95 Bear H), bombardeiros de longo alcance e usados também em ações de reconhecimento, não vinham identificados e não avisaram as autoridades aeronáuticas, o que, sublinha a NATO, constituía um risco para o tráfego aéreo civil, uma vez que estes aviões não vêm equipados com aviso.
Os Tu-95 faziam parte de um grupo de quatro bombardeiros e quatro reabastecedores aéreos II-78 que tinha saído da Rússia, ontem, em direção aos céus ocidentais. A força foi inicialmente intercetada pela Força Aérea norueguesa, levando a que dois Tu-95 e os quatro reabastecedores regressassem à Rússia. Os outros Tu-95 continuaram, seguidos depois por caças ingleses e voltaram, finalmente, para trás quando foram identificados e intercetados pelos F-16 portugueses.
Na quarta-feira, a NATO dava também conta no seu site de que F-16 portugueses integrados na missão da Aliança que está a decorrer a partir da Lituânia na segurança para o Báltico intercetaram também ontem sete caças russos, incluindo MiG-31 e Su-34. Os caças russos sobrevoavam a região do Báltico e voltaram para trás, depois de serem intercetados pelos caças portugueses.