A morte do suspeito do triplo homicídio de Beja domina as conversas desta sexta-feira no centro da cidade, onde várias pessoas lamentavam que, ao não ter sido julgado, venha a ser mais difícil o apuramento da verdade.
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Na zona mais movimentada de Beja, nas Portas de Mértola, o caso do suicídio do homem que era suspeito do homicídio da mulher, da filha e da neta era o tema de todos os comentários e lamentos.
Ao início da manhã, fonte da PSP disse à Lusa que o homem suspeito do triplo homicídio se "enforcou com os lençóis da sua cela, entre as 22 horas [de quinta-feira] e a 1 da manhã [desta sexta-feira]". Fonte da PSP indicou igualmente que o homem foi encontrado morto cerca pelas 2 da manhã.
O suspeito "devia-se ter matado antes de matar" a mulher, a filha e a neta, que "não tinham culpa se ele não estava bem com a vida", disse à Lusa Mariana Guerreio, que passava pela zona a ler um jornal local, cuja manchete era sobre o caso do triplo homicídio em Beja.
"Tudo isto foi um choque tremendo para mim. Há duas ou três noites que tenho dificuldades em adormecer", contou José António, referindo que "não encontra explicação para o que aconteceu".
Segundo José António, "o tempo entre a detenção e a morte" do suspeito "foi curto e, provavelmente, as entidades oficiais não tiveram tempo para chegar a uma conclusão" sobre o que terá acontecido.
Por isso, referiu, "teria sido importante" que o suspeito "tivesse sido julgado, para se apurar a verdade, e condenado a pena máxima, que era o que merecia".
Luís Barnabé, proprietário de uma pastelaria situada em frente à loja de uma das vítimas, a mulher do suspeito, disse que conhecia as vítimas, nomeadamente a criança, que o tratava como avô.
Para Luis Barnabé, o alegado homicida "devia ter sido julgado porque seria importante perceber o que se terá passado".
Francisco Esperança foi encontrado, esta sexta-feira, enforcado na cela do Estabelecimento Prisional de Lisboa, para onde tinha sido transferido na quinta-feira, por razões de ordem e segurança, que não estavam reunidas no Estabelecimento Prisional de Beja.
Francisco Esperança, de 59 anos, foi detido por suspeitas de ter assassinado à catanada a mulher, a neta e a filha e mantido os corpos em casa durante uma semana.
Após a detenção, elementos da PSP entraram na casa, em Beja, onde encontraram os cadáveres da mulher, de 53 anos, da filha, de 28, e da neta, de quatro, cujos funerais se realizaram quarta-feira à tarde.